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Homem é detido por atropelar militares perto de Paris e deixar 6 feridos

Os alvos eram militares da operação antiterrorista Sentinelle, que protege locais considerados sensíveis na França após uma onda de atentados extremistas

Agência France-Presse
postado em 09/08/2017 09:48
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Seis soldados foram atropelados no subúrbio de Paris nesta quarta-feira (9/8), o que provocou uma intensa perseguição que terminou na detenção violenta de um suspeito. As forças de segurança perseguiram o motorista do veículo, que fugiu depois de atropelar os soldados. Quatro dias atrás, já havia ocorrido uma tentativa de ataque contra outros militares na Torre Eiffel.

A detenção do suspeito foi "violenta" e aconteceu no início da tarde na autoestrada que vai até Calais (norte), na altura da cidade de Marquise, de acordo com uma fonte próxima à investigação. Para tentar evitar a detenção, o motorista chegou a bater em vários automóveis. Os policiais abriram fogo contra o veículo.

[SAIBAMAIS]Os investigadores informaram que o carro era o mesmo utilizado para atropelar os militares, mas não confirmaram oficialmente se o motorista detido é o mesmo que executou o ataque no fim de semana. O suspeito detido, de 37 anos, é "suscetível de ser o autor" do ataque, "já que estava a bordo do automóvel e tentou fugir", desconversou uma fonte judicial. Três militares ficaram levemente feridos. Três tiveram lesões mais graves, mas estão fora de perigo.

Com motivações ainda desconhecidas, esse novo ataque se dá em um momento de forte ameaça terrorista na França e em uma localidade relativamente tranquila, sede de vários serviços da luta antiterrorista no país, especialmente a Direção Geral de Segurança Interna (DGSI).

Participando da coalizão militar internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, a França está na mira dos extremistas. Desde janeiro de 2015, o país sofreu vários atentados extremistas, que deixaram 239 mortos. A maioria foi reivindicada pelo EI. Nos últimos meses, os criminosos se voltaram, sobretudo, contra as forças de segurança em locais emblemáticos.
A polícia francesa lançou uma caçada após um carro atropelar soldados perto de seus quartéis perto de Paris
;Veículo esperava os militares;
O ataque aconteceu às 6h GMT (3h de Brasília), no centro de Levallois-Perret, localidade limítrofe com Paris, diante de um prédio residencial de 12 andares, perto de um parque. Os militares ocupam o térreo do imóvel, uma área cedida pela prefeitura.

"Um veículo que estava no bairro se aproximou dos soldados. Circulava lentamente, a cinco metros dos militares, e acelerou de repente para atropelá-los", afirmou o ministro do Interior, Gérard Collomb. Uma testemunha entrevistada pelo canal BFMTV disse que observou o carro atropelar três militares e depois os outros três. "O carro esperava os militares e seguiu direto para eles", relatou.

Após o episódio, o governo denunciou rapidamente um "ato deliberado", e a unidade antiterrorista do MP abriu uma investigação por "tentativa de assassinato relacionada a um ato terrorista". De acordo com Collomb, esta é a sexta vez que militares da Operação "Sentinelle" são alvo de ataque. Criada após vários atentados extremistas na França, a Operação mobiliza 7.000 soldados em todo o território desde 2015.

No último sábado (5/8), um homem forçou a entrada na Torre Eiffel de Paris, vigiada por soldados da "Sentinelle", sacou uma faca e gritou "Alá é grande", antes de ser contido sem opor resistência. No interrogatório policial, o agressor disse que desejava "cometer um atentado contra um militar". Internado em uma unidade psiquiátrica, ele tinha autorização de saída da instituição.

O estado de emergência declarado após os atentados de novembro de 2015 acaba de ser prorrogado até 1; de novembro. O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou em julho que a Operação "Sentinelle" seria revista em busca de "maior eficácia operacional, levando em consideração a efetividade e a evolução da ameaça".

O uso de milhares de soldados provoca debate na França. Militares e alguns políticos, especialmente de direita, questionam a eficácia em relação ao esforço solicitado às Forças Armadas, já muito comprometidas com operações no exterior e em um contexto de problemas no orçamento.

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