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Atropelamento de militares reabre debate sobre de segurança antiterrorista

Este sexto ataque contra soldados reabriu o debate sobre a Operação "Sentinelle", que mobiliza 7 mil soldados permanentes na França desde os atentados extremistas de 2015


Para os especialistas, estes militares se tornaram "alvos". Em 14 de julho, o presidente Emmanuel Macron anunciou que o dispositivo seria revisto "em profundidade". "Não é a operação mais oportuna, pois a maioria das intervenções é pensada para que proteja eles mesmos [os militares]", declarou a deputada de esquerda radical Clémentine Autain à emissora Franceinfo.

"Diante de tudo, devem anular a redução do orçamento do Exército", reivindicou, por sua vez, o vice-presidente do partido de ultradireita Frente Nacional, Florian Philippot, em alusão ao corte de 850 milhões de euros para a Defesa em 2017. Em entrevista à emissora Europe 1, o eurodeputado defendeu a ideia de uma "missão da polícia e da Gendarmeria", que poderia substituir a "Sentinelle".

A comissão parlamentar de investigação dos atentados em novembro de 2015 já se questionava sobre a eficácia do dispositivo em suas conclusões, apresentadas em julho de 2016. Nesse sentido, propôs-se "revisar para baixo o volume do efetivo usado", com o objetivo de concentrá-los "na proteção única de determinados pontos estratégicos".

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Jean-Pierre Bosser, também se mostrou favorável a uma missão com "3.000 homens divididos em pontos-chave", outros "3.000 de reserva" e "mais 3.000" dedicados à antecipação, ou seja, à preparação de cenários de crise.