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Com festas e espetáculos, Paquistão celebra seus 70 anos de independência

Nesta segunda-feira (14/8), Shahid Khaqan Abbasi, assistiu a uma salva de canhões e ao hasteamento da bandeira na capital, acompanhado de comandantes militares e de autoridades estrangeiras

Agência France-Presse
postado em 14/08/2017 08:58
Soldados paquistaneses carregam bandeira nacional durante a cerimônia do Dia da Independência do paísNascido em 1947 da partição da Índia britânica, o Paquistão festeja nesta segunda-feira (14/8) seu 70; aniversário em um ambiente festivo e patriótico, apesar das tensões políticas e da insegurança reinantes.

Iniciadas à meia-noite com espetáculos de fogos de artifício nas principais cidades, as comemorações se encerraram no meio da tarde desta segunda, com um festival de acrobacias aérea no céu de Islamabad diante de milhares de espectadores reunidos em um dos vastos parques da capital. Aviões turcos e sauditas participaram da apresentação.

Mais cedo, o chefe do Estado-Maior do poderoso Exército paquistanês, Qamar Javed Bajwa, fez um simbólico hasteamento da bandeira nacional em um mastro de mais de 100 metros de altura no posto fronteiriço de Wagah, na fronteira com a Índia. Uma multidão o acompanhava, entoando cânticos patrióticos.

"Estou muito feliz que o Paquistão celebre seus 70 anos e rezo para que o país prospere e se torne o melhor do mundo", declarou Muhamad Fahrem, de 47 anos, que participava do desfile de comerciantes em Peshawar (noroeste) destinado a "mostrar (seu) amor pelo país".

Em todas as metrópoles, dezenas de ambulantes ofereciam nas esquinas dos principais cruzamentos e nas feiras bandeiras paquistanesas de todos os tamanhos. Também era possível encontrar máscaras, guarda-chuvas e pulseiras, entre outros acessórios, com as cores nacionais (verde e branco) da República islâmica.

Muitos moradores decoraram automóveis, motos e casas para mostrar seu patriotismo.

Em Karachi, no sul, centenas de jovens vestidos de verde e branco tomaram as ruas, fazendo "buzinaços" e agitando bandeiras para celebrar a data. Também houve uma homenagem solene ao pai fundador do país, Mohammed Ali Jinnah, cujos restos repousam em um mausoléu dessa cidade.

Relações ruins

As celebrações do 70; aniversário do Paquistão precedem em apenas 24 horas às de seu vizinho e arquirrival, a Índia. Ambos os países nasceram há exatamente 70 anos, fruto da partição do Império britânico e, desde então, mantêm relações ruins, permeadas pela desconfiança, pela insegurança e pela tensão.

O conflito é provocado, em particular, pela questão de Caxemira, vasto território atualmente dividido, mas reivindicado por ambos os países de forma integral.

O Paquistão também tem relações tensas, ou frias, com seus outros vizinhos, Afeganistão e Irã.

Por causa dos elevados riscos de segurança, as celebrações do dia da Independência foram anuladas em escolas das regiões de Dir e de Swat, no noroeste.

Na noite desta segunda-feira, por exemplo, um novo atentado cometido em Baluchistán deixou seis soldados mortos. A bomba foi colocada à margem de uma estrada, segundo um porta-voz do Exército. O ataque foi reivindicado à AFP pelo Exército de Libertação de Baluchistán.

A explosão aconteceu apenas 48 horas depois de um violento atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, que deixou 14 mortos em Quetta, no sudoeste do país. Entre as vítimas fatais há vários militares.

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