Rodrigo Craveiro
postado em 16/08/2017 22:41
A dor e o desespero das mães se misturam às lágrimas de centenas de pessoas que se amontoam diante do necrotério do Hospital Connaught, em Freetown. ;O necrotério está lotado. Dos mais de 300 mortos, 108 são crianças;, contou ao Correio Abubakarr Tarawalie, chefe de comunicações da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC). A chuva insiste em cair sobre a capital de Serra Leoa e o risco de doenças aumenta. ;Existe o temor de que os corpos presos aos escombros, aliados às enchentes, provoquem surtos de cólera, diarreia e febre tifoide;, acrescentou. Na madrugada de segunda-feira, parte de uma montanha veio abaixo, sepultando mais de 100 casas no vilarejo de Regent, cidade de 28 mil habitantes situada 24km a leste da capital. Pelo menos 600 pessoas ainda estão desaparecidas. A catástrofe é considerada uma das piores da história do país.
;A situação por aqui é esmagadora. Na última noite, foram enterradas 139 sacolas com pedaços de corpos. Cerca de 3 mil pessoas estão desabrigadas e apenas 71 foram resgatadas com vida dos escombros;, disse Tarawalie. ;A IFRC está mobilizando voluntários para remover feridos aos hospitais, fornecer-lhes assistência psicossocial e aconselhamento. Também disponibilizamos celulares para que as vítimas telefonem para seus familiares e estaremos fornecendo abrigos e itens de necessidades básicas;, acrescentou.