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Trump informará EUA sobre nova estratégia no Afeganistão

O democrata Barack Obama, antecessor de Trump, foi eleito com a promessa de por um fim ao conflito, mas no final de 2016, renunciou finalmente à retirada total das tropas americanas

Agência France-Presse
postado em 21/08/2017 18:46
[FOTO1]O presidente Donald Trump irá anunciar a sua decisão sobre a estratégia americana no Afeganistão em um discurso às tropas dos Estados Unidos e à Nação nesta segunda-feira, quase 16 anos após o início da guerra no país da Ásia central.
Após duas semanas caóticas que arranharam a imagem do presidente, o discurso que deve proferir da base de Fort Myer, a sudoeste de Washington, será uma oportunidade para Trump adotar uma postura mais presidencial e apresentar sua visão sobre o futuro da guerra mais longa da história dos Estados Unidos.

O comandante em chefe americano "fará uma atualização do caminho para o envolvimento dos Estados Unidos no Afeganistão e no sul da Ásia", em um discurso que será transmitido às 21h00 locais (22h00 de Brasília), informou a Casa Branca em um comunicado.

Dezesseis anos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, que levaram os Estados Unidos a lançar uma grande ofensiva para destituir o regime talibã em Cabul, a frágil democracia afegã está ameaçada por uma insurgência desestabilizadora.

"O governo afegão está dividido e frágil, ainda são necessários vários anos de ajuda de parte dos Estados Unidos e seus aliados para que suas forças de segurança sejam totalmente eficazes", resumiu Anthony Cordesman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês).

O democrata Barack Obama, antecessor de Trump, foi eleito com a promessa de por um fim ao conflito, mas no final de 2016, renunciou finalmente à retirada total das tropas americanas.

[SAIBAMAIS]Sinal dos novos tempos sob a administração de Trump, três generais agora estão encarregados do tema: H.R. McMaster, assessor de Segurança Nacional; John Kelly, recentemente nomeado chefe de gabinete da Casa Branca; e Jim Mattis, chefe do Pentágono. Os dois últimos são generais reformados do Corpo de Fuzileiros.

Todos estiveram na sexta-feira em Camp David, juntamente com o presidente americano para preparar este anúncio, aguardado há meses.

De Amã, aonde viajou para tratar de assuntos de segurança região, Mattis assegurou no domingo que todas as opções foram analisadas.

"O processo foi rigoroso e não houve pré-condições sobre as perguntas que se podiam fazer e as decisões que se podiam tomar", declarou.

A decisão de Trump será examinada com especial atenção para calibrar o equilíbrio de poderes dentro de uma Casa Branca marcada, desde 20 de janeiro, por profundas divisões.

O discurso do presidente será o primeiro desde a saída, na sexta-feira, de Steve Bannon, seu assessor estratégico ultraconservador. O polêmico conselheiro, criador do slogan "America first" (Estados Unidos em primeiro lugar) e defensor de uma linha isolacionista, se opunha a uma nova mobilização de tropas no Afeganistão.

Neste momento há cerca de 8.400 soldados americanos e 5.000 soldados da Otan dando suporte às forças de segurança do Afeganistão na luta contra os talibãs e outros militantes. Mas a situação continua complicada no terreno, com mais de 2.500 policiais e soldados afegãos mortos de 1; de janeiro a 8 de maio deste ano.

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