Agência France-Presse
postado em 23/08/2017 19:42
O ministério britânico do Interior enviou por engano avisos de deportação a cem cidadãos da União Europeia (UE), informaram nesta quarta-feira (23/8), quando as autoridades precisaram se desculpar pelo incidente.
Eva Johanna Holmberg, uma historiadora finlandesa da Universidade Queen Mary de Londres e casada com um britânico, foi uma das receptoras do alerta na semana passada.
A carta alertava que, se não saísse do país em um mês, o ministério teria que dar diretrizes para remoção, qualificando-a de "pessoa suscetível de detenção de acordo com a Lei de Imigração".
"Não podia acreditar no que estava vendo", disse à BBC nesta quarta-feira Holmberg, que vive há anos no Reino Unido. Ela contou ter contatado um advogado para perguntar se poderá apelar de uma deportação.
Após o escândalo gerado por seu caso, o Ministério do Interior viu-se forçado a se desculpar na quarta-feira pelo engano.
[SAIBAMAIS]"Falamos com a senhora Holmberg para nos desculpar por isso e garantir que pode permanecer no Reino Unido", afirmou em um comunicado.
Segundo um porta-voz, foram enviadas cem cartas deste tipo.
"Estamos contatando cada pessoa que recebeu a carta para esclarecer que podem ignorá-la", explicou. "Está completamente claro que os direitos dos cidadãos [de países] da UE que vivem no Reino Unido permanecem inalterados".
Londres negocia com a União Europeia o futuro status dos cidadãos da comunidade que vivem no Reino Unido e dos britânicos que moram na UE depois do Brexit.
A imigração foi um dos principais temas na campanha a favor da saída do Reino Unido da UE, e a primeira-ministra Theresa May prometeu limitar o número de cidadãos europeus que passam a residir em território britânico.
"Isto é algo vergonhoso", disse James McGrory, líder do grupo Open Britain, favorável à UE.
"Há poucas dúvidas de que muitos cidadãos europeus se preocuparão com o futuro estatuto no Reino Unido quando ouvirem falar de pessoas que têm todo o direito a estar aqui e recebem cartas, ameaçando-as com a deportação", disse.