Agência Estado
postado em 24/08/2017 08:34
A ex-espiã da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) Valerie Plame Wilson está promovendo um crowdfunding - uma vaquinha online - para levantar verba suficiente para comprar o Twitter e banir o presidente Donald Trump da rede social. O argumento é de que, "se os executivos do Twitter não tiram do ar a violência e o ódio de Trump, depende de nós", segundo a descrição da página.
A meta é angariar US$ 1 bilhão, mas Valerie ressalta que há possibilidade de comprar parte das ações da empresa para ter influência interna e propor que o perfil do presidente dos EUA seja banido. Até o final de ontem, haviam sido doados cerca de US$ 30 mil.
[SAIBAMAIS]A vaquinha criada através da plataforma GoFundMe alega que os tuítes de Trump "prejudicam o país e colocam a população em perigo". A ex-agente ressalta principalmente as ameaças em relação a uma guerra nuclear contra a Coreia do Norte. "Com um único tuíte, ele pode prejudicar relações internacionais e alianças, espalhar notícias falsas como a de um vírus, encorajar supremacistas brancos a marchar pelas ruas ou provocar altas e baixas em bolsas de valores", afirma a organizadora.
Em nota, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee, disse que o apoio reduzido à vaquinha mostra que "o povo americano gosta do uso que o presidente faz do Twitter". "A tentativa ridícula de censurar a liberdade de expressão é a única expressão de ódio e intolerância nesta equação", diz o comunicado enviado à agência Associated Press (AP).
De acordo com as cotações de quarta-feira (23/8), a parte majoritária das ações do Twitter custa cerca de US$ 6 bilhões. Ainda assim, se conseguir investir US$ 1 bilhão, Valerie seria a maior acionista da empresa e teria uma posição importante o suficiente para exercer influência entre os executivos. Procurado pela AP, o Twitter se negou a comentar o assunto.
Valerie Plame Wilson ficou conhecida mundialmente após um escândalo de vazamento de informações durante o governo de George W. Bush, em 2003. A identidade da espiã da CIA - que seria um segredo de Estado - foi vazada por um oficial da administração de Bush que tentava prejudicar o marido dela, o diplomata e ex-embaixador Joe Wilson.
Na época, ele criticava a decisão do presidente de invadir o Iraque. Em um artigo publicado pelo jornal The New York Times, Wilson afirmou que, com base em sua experiência como membro da administração nos meses que precederam a guerra, ele "não tinha outra alternativa se não concluir que parte do trabalho de inteligência relacionado ao programa nuclear do Iraque foi distorcida para exagerar a ameaça que o país representava para os EUA".