A Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o Japão, informaram militares sul-coreanos. O Pentágono confirmou o lançamento. O "míssil balístico não identificado" foi lançado de Pyongyang às 05H57, hora local (17H57 horário de Brasília), segundo o Estado-Maior sul-coreano, acrescentando que o projétil sobrevoou o Japão.
"A Coreia do Sul e os EUA estão analisando conjuntamente para obter detalhes", acrescentou a fonte. O Pentágono confirmou que a Coreia do Norte lançou o míssil que sobrevoou o Japão, mas acrescentou que não representava uma ameaça para a América do Norte. Tóquio também confirmou o lançamento.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que o míssil que sobrevoou seu território "é uma ameaça grave e sem precedentes" e garantiu que seu governo tomará "as medidas necessárias" para garantir a segurança do povo japonês.
"Seu ato intolerável de disparar um míssil sobre o nosso país é uma ameaça grave e sem precedentes e afeta gravemente a paz regional e a segurança", disse Abe à imprensa, em alusão ao presidente norte-coreano, Kim Jong-un.
O porta-voz do governo do Japão, Yoshihide Suga, afirmou que o míssil representa uma "grave ameaça de segurança". O lançamento ocorre dias depois de Pyongyang disparar três mísseis de curto alcance, o que foi considerado uma provocação após o início dos exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e EUA.
Os dois aliados apresentam estas operações como defensivas, mas para Pyongyang elas representam uma repetição provocadora da invasão de seu território. Todo ano a Coreia do Norte ameaça essa prática bilateral com represálias militares.
Os exercícios conjuntos "Ulchi Freedom Guardian", testes baseados em simulações informáticas que duram duas semanas, acontecem em um contexto de alta tensão e de de guerra retórica entre Washington e Pyongyang.
Uma escalada
Os três mísseis lançados no sábado, no entanto, não representaram ameaça, segundo um porta-voz do exército americano no Pacífico. Um deles explodiu no ar quase imediatamente depois do lançamento.
A trajetória deste lançamento representa uma escalada significativa da parte de Pyongyang, que no começo deste mês ameaçou disparar um míssil na direção do território norte-americano de Guam.
Um ataque desse tipo teria que passar necessariamente sobre o arquipélago japonês.
Este mês, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, havia se distanciado do plano de atingir o território de Guam e disse que poderia esperar, mas advertiu que para isso era "necessário que os Estados Unidos fizessem a opção certa".
Pyongyang realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho, que parecem ter colocado ao seu alcance boa parte do território de Estados Unidos, ao que Donald Trump reagiu advertindo que Washington poderia responder com "fogo e fúria".
Pyongyang avançou rapidamente em sua tecnologia militar, com um programa que rendeu ao país o endurecimento das sanções impostas pela ONU.