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Morte da princesa Diana: uma semana de luto que abalou a monarquia

No dia 31 de agosto de 1997, a princesa Diana morreu em um acidente de trânsito em Paris



O mundo inteiro expressou consternação com a morte. O presidente americano, Bill Clinton, disse que estava "profundamente entristecido". Na Índia, madre Teresa rezou por Diana. Michael Jackson, "consternado", cancelou um show na Bélgica.

Os paparazzi foram os primeiros acusados. O irmão de Diana, Charles Spencer, culpou os tabloides, que segundo ele tinham "sangue nas mãos".

Em posição incômoda, a imprensa popular elevou Diana ao patamar de ícone. "Nasceu lady. Depois foi nossa princesa. A morte fez dela uma santa", escreveu o Daily Mirror.

O fervor popular era cada vez maior. No palácio de Saint-James, onde estava o corpo, a espera até os livros de condolências chegava a 11 horas. "A imagem das flores é impressionante: um verdadeiro mar de quase 100 metros de comprimento", escreveu.

As palavras da rainha

A organização do funeral foi um quebra-cabeças. Desde seu divórcio, Lady Di não tinha mais direito ao título de alteza real, nem a uma cerimônia nacional. Mas os britânicos exigiam uma homenagem à altura de sua "rainha dos corações". O descontentamento da opinião pública aumentava à medida que se prolongava o silêncio da família real, que permaneceu entrincheirada em Balmoral.

Furiosos com a ausência de uma bandeira a meio pau no palácio de Buckingham, os jornais exigiam um discurso da rainha aos súditos. "A família real nos abandonou", criticou o jornal The Sun.

"Ferida", Elizabeth II se resignou a prestar uma homenagem a uma nora que nunca desejou, em uma mensagem exibida na televisão - a segunda em 45 anos de reinado -, antes de se inclinar publicamente diante do caixão.

"Se os Windsor não aprenderem a lição, não vão apenas enterrar Diana, mas também o seu futuro", advertiu o jornal The Guardian.

Uma pesquisa publicada na época mostrava que um em cada quatro britânicos se declarava a favor da abolição da monarquia. No dia seguinte, quase um milhão de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre em silêncio, apenas interrompido pelos choros e pelo som dos sinos.

Cabisbaixos, William e Harry caminharam atrás do caixão, ao lado do príncipe Charles, do duque de Edimburgo, o príncipe Philip, e do conde Spencer, diante dos olhares de 2,5 bilhões telespectadores ao redor do mundo.

Na abadia de Westminster, 2.000 convidados, entre eles Hillary Clinton, Tony Blair, Luciano Pavarotti, Margaret Thatcher e Tom Cruise, assistiram à cerimônia. Elton John interpretou a canção "Candle in the wind", com uma alteração na letra para homenagear Diana.

Durante a tarde, a princesa foi sepultada em uma cerimônia privada em Althorp, noroeste de Londres. Desde então, descansa em um túmulo em uma ilha que foi a residência de sua família.