Agência France-Presse
postado em 30/08/2017 09:31

Naquele momento, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou a Coreia do Norte com uma chuva de "fogo e fúria". Pyongyang rebateu, prometendo uma salva de mísseis próximo a Guam, um território americano do Pacífico, onde vivem 6.000 soldados dos EUA e que abriga instalações estratégicas. Na terça, Trump advertiu em um tom mais diplomático que "todas as opções" estão sobre a mesa.
[SAIBAMAIS]No mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU, que impôs recentemente uma sétima série de sanções a Pyongyang, condenou "firmemente" o lançamento do míssil norte-coreano. Pequim e Moscou, dois aliados-chave de Pyongyang, apoiaram o texto, que não preveem um reforço imediato nas sanções contra a Coreia do Norte.
Resposta à ;invasão;
O "Rodong Sinmun", jornal oficial do partido único no poder na Coreia do Norte, publicou nesta quarta cerca de 20 fotos do disparo. Em uma delas, vê-se um jovial Kim Jong-un rodeado por seus conselheiros, com um mapa do noroeste do Pacífico em seu escritório.
Em outra imagem, ele aparece observando o míssil lançado de Sunan, próximo a Pyongyang. O projétil percorreu 2.700 quilômetros, a uma altitude máxima de 550 km, antes de cair no Pacífico. Em uma nota publicada hoje, a agência oficial de notícias norte-coreana, a KCNA, cita Kim, anunciando "mais exercícios de disparos de mísseis balísticos no futuro, com seu alvo no Pacífico".
O lançamento de terça foi "um prelúdio importante para conter Guam, base avançada da invasão", declarou, referindo-se a um "avanço das contramedidas" frente às manobras militares que os Exércitos americano e sul-coreano estão realizando na Coreia do Sul. Pyongyang considera que esses exercícios militares são um ensaio geral de uma invasão a seu território.
É a primeira vez que Pyongyang declara ter enviado um míssil sobre o território japonês. Em 1998 e em 2009, a Coreia do Norte havia lançado foguetes que sobrevoaram o Japão, mas, em ambas as ocasiões, Pyongyang havia argumentado que se tratava de veículos espaciais.
;Ações ameaçadoras;
Milhões de habitantes do norte do Japão, que não cederam ao pânico, acordaram ontem com uma mensagem de alerta do governo, enquanto pelos alto-falantes se ouvia: "Lançamento de míssil. Abriguem-se". "As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo", declarou Trump em um comunicado.
"Todas as opções estão sobre a mesa", acrescentou. Pouco depois, sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, reivindicou "uma decisão forte".
Os 15 países do Conselho de Segurança da ONU pediram a aplicação "estrita e plena" das resoluções das Nações Unidas, incluindo as que impõem sanções econômicas à Coreia do Norte. Segundo fontes diplomáticas, a ONU contemplaria a possibilidade de sancionar Pyongyang, deportando os trabalhadores norte-coreanos empregados no exterior, ou com medidas que afetem o setor do petróleo.
Segundo uma fonte diplomática de Washington, o principal desafio da ONU era mostrar que a unidade internacional se mantém ; com Moscou e Pequim ; e chegar a um acordo sobre uma resposta rápida após o disparo do míssil. O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, indicou hoje que seu país está conversando com seus sócios do Conselho de Segurança sobre qual "reação" deve ser adotada. Yi ressaltou a importância de um consenso.