Agência France-Presse
postado em 30/08/2017 11:32
Londres, Reino Unido - A Grã-Bretanha presta, nesta quarta-feira (30/8), uma sóbria homenagem a Diana Spencer, 20 anos após a morte da "princesa dos corações" em um acidente de carro em Paris que mergulhou o país no luto.
Enquanto a imprensa britânica multiplicava os programas e especiais sobre a ainda muito popular princesa de Gales, seus filhos William e Harry planejaram visitar o efêmero jardim branco criado em sua memória no palácio de Kensington, onde residia em Londres.
Nele predominam flores de tons brancos, com alguns toques de cor, especialmente plantadas este ano para homenagear aquela carinhosamente chamada de Lady Di, transformada em ícone. Em frente às cercas do palácio de Londres, buquês de flores, mensagens e fotos começaram a se acumular na terça-feira, 20 anos após o mar de flores depositado no mesmo lugar por milhões de pessoas desconsoladas.
Preocupados com perpetuar o compromisso de sua mãe e preservar seu legado, os dois príncipes também devem se encontrar com representantes de organizações beneficentes que ela apoiava, longe do glamour do gigantesco espetáculo que eles prepararam em Londres para o 10; aniversário de seu falecimento.
De acordo com o palácio de Kensington, procurado pela AFP, nenhum ato oficial está previsto para quinta-feira, 31 de agosto, dia em que Diana perdeu a vida aos 36 anos em um acidente de carro em Paris, em 1997. Na tragédia, ela estava com seu novo namorado, o produtor de filmes egípcio Dodi Al Fayed.
Desde seu noivado com o príncipe herdeiro Charles, quando era apenas uma tímida jovem de 20 anos, passando por seu papel de mãe dedicada e defensora de causas humanitárias, até sua morte, Diana desestabilizou a família real britânica e marcou uma época.
Amiga de celebridades e personagem midiática, essa aristocrata, cuja imagem pública escondia uma personalidade atormentada, construiu uma popularidade mundial ao demonstrar empatia com os desfavorecidos. Suas confidências privadas revelaram também uma mulher independente que tomou certas liberdades em relação ao protocolo e às tradições monárquicas.
Legado e compromisso
Para ancorar permanentemente a memória de sua mãe, William e Harry também encomendaram uma estátua de Diana para ser erguida mais tarde - provavelmente antes do final do ano - nos jardins de Kensington.
Foi esse processo de legado que os levou a quebrar anos de silêncio oficial em torno de sua mãe para falar sobre ela, pela primeira vez de coração aberto, em um documentário exibido em julho na rede de televisão britânica ITV. "Harry e eu sentimos intensamente que queremos celebrar sua vida", disse William, de 35 anos, no documentário em que seu irmão e ele evocaram uma ferida ainda viva.
Os dois príncipes, que substituíram sua mãe atraindo a atenção das câmaras e nas capas dos tabloides, também recuperaram o testemunho de seus compromissos oficiais, da luta contra as minas terrestres até a defesa dos sem-teto, passando pela consciência sobre problemas de saúde mental.
A influência de Diana sobre a monarquia continuou mesmo após a morte, o que prejudicou gravemente a imagem dos Windsor. A rainha Elizabeth II foi especialmente vilipendiada por sua suposta insensibilidade à morte de sua ex-nora e à dor de seus súditos. Forçada a se modernizar, esta família real, que a princesa de Gales dizia desonrar, saiu fortalecida da tragédia.
Hoje, a soberana é mais respeitada do que nunca, em um momento em que seu reinado bate recordes de longevidade. A jovem geração, incluindo William, sua esposa, Kate, e seus dois filhos trouxeram ar fresco para Buckingham. E o príncipe Charles, de quem Diana se divorciou em 1996, casou-se com sua amante, Camilla Parker Bowles, e se prepara para um dia subir ao trono.