"Acontecerão flutuações de intensidade nos próximos dois dias, mas acreditamos que Irma continuará sendo um furacão poderoso enquanto se aproxima da Flórida", advertiu o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos em seu boletim mais recente.
Irma "afeta gravemente" o centro de Cuba e, apesar do rebaixamento para categoria 4, continua sendo "muito intenso", informou a imprensa local.
Às 6H00 locais (7H00 de Brasília), Irma estava sobre Cayo Santa Maria e 50 km ao leste de Caibarién, Villa Clara, com ventos máximos de 250km/h, com deslocamento rumo ao oeste a 19km/h.
Na costa norte de Ciego de Ávila (centro) eram registradas ondas de entre 5 e 7 metros de altura, com fortes inundações, informou o Instituto de Meteorologia (Insmet).
Mais de um milhão de pessoas deixaram suas casas no país. Nas zonas turísticas da costa norte do país, mais de 10.000 turistas estrangeiros e milhares de cubanos foram levados para locais seguros.
O furacão, o primeiro de tamanha dimensão cujo olho atinge a ilha desde 1932, "afeta gravemente as províncias de Camagüey e Ciego de Avila", afirmou o meteorologista Elier Pila.
A governadora de Camagüey, Isabel González Cárdenas, confirmou danos importantes nas regiões norte e central da província.
Havana permanecia em alerta e deve sentir os efeitos do Irma nas próximas horas.
Flórida se prepara
O poderoso furacão deve atingir a Flórida no sábado à noite ou na manhã de domingo, primeiro na região de ilhas conhecida como Keys e depois em Miami, com rajadas de vento de 240 km/h, segundo o NHC.
O departamento de operações de emergência da Flórida ordenou a saída de mais de 5,6 milhões de pessoas de suas casas.
"Irma continua sendo um furacão extremamente perigoso", escreveu no Twitter o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos.
"Não é tarde para abandonar as Keys", insistiu a agência. "Ainda há tempo esta manhã para sair! Por favor, as Keys não são seguras".
Ante a chegada iminente do furacão, milhares de moradores lotaram seus veículos com todo tipo de mantimentos e objetos - de colchões a caiaques.
As estradas entraram em colapso com o número de pessoas que tentavam abandonar as zonas de risco, enquanto comboios militares seguiam para o sul com gasolina para permitir o transporte de mais pessoas.
Mais de um milhão de pessoas receberam ordem de saída imediata na Flórida e na vizinha Geórgia na sexta-feira.
No entanto, o governador da Flórida, Rick Scott, advertiu que os 20,6 milhões de habitantes do estado deveriam "estar preparados para partir em breve".
"É uma tempestade catastrófica como o estado nunca viu antes", enfatizou. As autoridades da Flórida disponibilizaram vários abrigos.
As autoridades de West Palm Beach decretaram um toque de recolher no sábado, enquanto em Miami Beach a avenida Ocean Drive, geralmente lotada com suas famosas lojas e restaurantes, estava deserta.
Quase 14.000 soldados americanos foram enviados a Porto Rico, Ilhas Virgens e Flórida para apoiar os trabalhos de resgate e retirada de moradores, informou o Pentágono.
O presidente americano Donald Trump aprovou na sexta-feira uma lei para elevar o teto da dívida do governo e disponibilizar recursos para atender a situação de emergência, que começou com Harvey - 42 mortos e danos de 100 bilhões de dólares - e as consequências do Irma.
A fúria de José e Katia
Irma deixou pelo menos 19 mortos no Caribe: dois em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens, um em Barbuda, 10 nas ilhas francesas Saint Martin e Saint Barth, e dois doa lado holandês de Saint Martín, além de dezenas de feridos e um desaparecido no Haiti onde mais de 5.000 pessoas estavam em abrigos.
O papa Francisco, que visita a Colômbia, afirmou que reza pelas vítimas.
Em Porto Rico, mais da metade dos três milhões de habitantes estavam em residências sem energia elétrica; Barbuda estava "totalmente devastada"; em Saint Martin não havia água potável nem gasolina e as estradas estavam intransitáveis.
De acordo com o instituto de resseguros público francês CCR, especializado em desastres naturais, os danos provocados pelo Irma na ilha de Saint Barth e na parte francesa de Saint Martin foram avaliados em 1,2 bilhão de euros (1,45 bilhão de dólares).
Os esforços de socorro e luta contra os saques estavam ainda mais complicados pela chegada de um ovo furacão, José, de categoria 4, e que deve atingir à região no sábado.
Um terceiro furacão afeta o oeste do Golfo do México. Katia tocou a terra na sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi rebaixado para tempestade tropical, o que dá um alívio à população e às autoridades após o terremoto de 8,2 graus no sul do país que deixou 61 mortos.