Mundo

Irma atinge Cuba e obriga saída de mais de 5 milhões de pessoas na Flórida

O departamento de operações de emergência da Flórida ordenou a saída de mais de 5,6 milhões de pessoas de suas casas

Agência France-Presse
postado em 09/09/2017 10:19
Mais de um milhão de pessoas receberam ordem de saída imediata na Flórida O furacão Irma, rebaixado para a categoria 4 horas depois de tocar a terra em Cuba com força máxima, avança para a Flórida, onde as autoridades ordenaram a saída de 5,6 milhões de pessoas com a aproximação do fenômeno que provocou 19 mortes no Caribe.

"Acontecerão flutuações de intensidade nos próximos dois dias, mas acreditamos que Irma continuará sendo um furacão poderoso enquanto se aproxima da Flórida", advertiu o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos em seu boletim mais recente.

Irma "afeta gravemente" o centro de Cuba e, apesar do rebaixamento para categoria 4, continua sendo "muito intenso", informou a imprensa local.

Às 6H00 locais (7H00 de Brasília), Irma estava sobre Cayo Santa Maria e 50 km ao leste de Caibarién, Villa Clara, com ventos máximos de 250km/h, com deslocamento rumo ao oeste a 19km/h.

Na costa norte de Ciego de Ávila (centro) eram registradas ondas de entre 5 e 7 metros de altura, com fortes inundações, informou o Instituto de Meteorologia (Insmet).

Mais de um milhão de pessoas deixaram suas casas no país. Nas zonas turísticas da costa norte do país, mais de 10.000 turistas estrangeiros e milhares de cubanos foram levados para locais seguros.

O furacão, o primeiro de tamanha dimensão cujo olho atinge a ilha desde 1932, "afeta gravemente as províncias de Camagüey e Ciego de Avila", afirmou o meteorologista Elier Pila.

A governadora de Camagüey, Isabel González Cárdenas, confirmou danos importantes nas regiões norte e central da província.

Havana permanecia em alerta e deve sentir os efeitos do Irma nas próximas horas.

Flórida se prepara

O poderoso furacão deve atingir a Flórida no sábado à noite ou na manhã de domingo, primeiro na região de ilhas conhecida como Keys e depois em Miami, com rajadas de vento de 240 km/h, segundo o NHC.

O departamento de operações de emergência da Flórida ordenou a saída de mais de 5,6 milhões de pessoas de suas casas.

"Irma continua sendo um furacão extremamente perigoso", escreveu no Twitter o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos.

"Não é tarde para abandonar as Keys", insistiu a agência. "Ainda há tempo esta manhã para sair! Por favor, as Keys não são seguras".

Ante a chegada iminente do furacão, milhares de moradores lotaram seus veículos com todo tipo de mantimentos e objetos - de colchões a caiaques.

As estradas entraram em colapso com o número de pessoas que tentavam abandonar as zonas de risco, enquanto comboios militares seguiam para o sul com gasolina para permitir o transporte de mais pessoas.

Mais de um milhão de pessoas receberam ordem de saída imediata na Flórida e na vizinha Geórgia na sexta-feira.

No entanto, o governador da Flórida, Rick Scott, advertiu que os 20,6 milhões de habitantes do estado deveriam "estar preparados para partir em breve".

"É uma tempestade catastrófica como o estado nunca viu antes", enfatizou. As autoridades da Flórida disponibilizaram vários abrigos.

As autoridades de West Palm Beach decretaram um toque de recolher no sábado, enquanto em Miami Beach a avenida Ocean Drive, geralmente lotada com suas famosas lojas e restaurantes, estava deserta.

Quase 14.000 soldados americanos foram enviados a Porto Rico, Ilhas Virgens e Flórida para apoiar os trabalhos de resgate e retirada de moradores, informou o Pentágono.

O presidente americano Donald Trump aprovou na sexta-feira uma lei para elevar o teto da dívida do governo e disponibilizar recursos para atender a situação de emergência, que começou com Harvey - 42 mortos e danos de 100 bilhões de dólares - e as consequências do Irma.

A fúria de José e Katia

Irma deixou pelo menos 19 mortos no Caribe: dois em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens, um em Barbuda, 10 nas ilhas francesas Saint Martin e Saint Barth, e dois doa lado holandês de Saint Martín, além de dezenas de feridos e um desaparecido no Haiti onde mais de 5.000 pessoas estavam em abrigos.

O papa Francisco, que visita a Colômbia, afirmou que reza pelas vítimas.

Em Porto Rico, mais da metade dos três milhões de habitantes estavam em residências sem energia elétrica; Barbuda estava "totalmente devastada"; em Saint Martin não havia água potável nem gasolina e as estradas estavam intransitáveis.

De acordo com o instituto de resseguros público francês CCR, especializado em desastres naturais, os danos provocados pelo Irma na ilha de Saint Barth e na parte francesa de Saint Martin foram avaliados em 1,2 bilhão de euros (1,45 bilhão de dólares).

Os esforços de socorro e luta contra os saques estavam ainda mais complicados pela chegada de um ovo furacão, José, de categoria 4, e que deve atingir à região no sábado.

Um terceiro furacão afeta o oeste do Golfo do México. Katia tocou a terra na sexta-feira à noite no estado mexicano de Veracruz, mas foi rebaixado para tempestade tropical, o que dá um alívio à população e às autoridades após o terremoto de 8,2 graus no sul do país que deixou 61 mortos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação