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Flórida começa a constatar destruição deixada pelo furacão Irma

O furacão Irma chegou no domingo (10/9) de manhã ao extremo-sul de Florida Keys, com a violência de um furacão de categoria 4, com ventos de 215 km/h, que provocaram uma elevação drástica do nível do mar


Mas foi nas ilhas do Caribe que Irma, o furacão mais poderoso já registrado no Atlântico, foi mais devastador. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o rei da Holanda viajaram nesta terça-feira para as ilhas caribenhas para constatar a extensão "sem precedentes" dos danos e tentar amenizar o descontentamento dos habitantes diante da falta de organização.

O furacão deixou pelo menos 11 mortos e vários desaparecidos nas ilhas francesas, bem como quatro na parte holandesa, de acordo com o último balanço oficial. Macron, que ainda visitará a ilha franco-holandesa de Saint Martin e francesa de Saint Barts, as duas mais afetadas pelo Irma, não espera uma "calorosa recepção".

"Ficamos quatro, cinco dias sem ajuda, tendo que nos defender de pessoas armadas", declarou Fabrice, proprietário de um restaurante em Saint Martin e repatriado para a metrópole na segunda-feira. "A gestão do Estado francês? Sinto muito, mas foi zero. Não recebemos apoio", criticou.

Saques
Os comércios da ilha foram alvos de saques. "Os guardas viram as tentativas de saques em nossa loja, mas não fizeram nada", conta Philippe Kalton, de 57 anos. "Eles me disseram que a segurança dos civis era prioridade, que o resto é puramente material e não tem importância". Diante desta situação, muitos moradores pensam em deixar a ilha destruída, onde o futuro parece muito incerto.

Apesar das promessas de reconstrução do governo, Valérie Bouricand, uma professora de francês, não espera encontrar trabalho em Saint Martin. "Agora, quem poderá gastar 350 euros para que seus filhos frequentem a escola?", questionava. Assim como Haia, Paris estabeleceu pontes aéreas e marítimas para retirar os mais vulneráveis %u200Be, no sentido contrário, para levar carga e comida para a área atingida.

Cerca de 85 toneladas de alimentos, um milhão de litros de água e 2,2 toneladas de medicamentos já foram transportados. Já o rei da Holanda, Willem-Alexander, visita as ilhas de Saba e Sint-Eustatius depois de passar a noite na parte holandesa de St. Martin.

Acompanhado por seu ministro do Interior, Ronald Plasterk, ele se encontrou com moradores locais e acompanhou a distribuição de ajuda humanitária. O rei expressou seu choque diante da devastação. "Vi coisas que eu nunca tinha visto antes. Vi a guerra e outros desastres naturais, mas nada assim, está tudo devastado", declarou ao canal público NOS.