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Eletricidade, água e escolas: as prioridades de Cuba pós-Irma

Os danos severos provocados por este furacão nas usinas termelétricas cubanas, especialmente na de "Antonio Guiteras", em Matanzas, atrasam o restabelecimento dos serviços de eletricidade e fornecimento de água

Agência France-Presse
postado em 12/09/2017 16:49

Depois da passagem devastadora neste fim de semana do furacão Irma, Cuba estabeleceu suas prioridades para recuperação: os serviços de eletricidade, água e o reinício das aulas, informou o governo de Havana nesta terça-feira.

[SAIBAMAIS]Os danos severos provocados por este furacão nas usinas termelétricas cubanas, especialmente na de "Antonio Guiteras", em Matanzas, atrasam o restabelecimento dos serviços de eletricidade e fornecimento de água.

"Devido aos severos danos nas usinas termelétricas do país, não podemos estimar quanto tempo demorará para restabelecer completamente a energia elétrica", alertou o vice-ministro de Minas e Energia, Yuri Villamonte, citado pelo jornal oficial Granma.

No entanto, Villamonte destacou que já restabeleceu o serviço de eletricidade "na maioria das províncias orientais" do país e foram iniciados "os trabalhos de ativação no Ocidente, com prioridade na capital".

A falta de eletricidade dificulta o bombeamento de água, além dos danos nos tubos condutores. "Já estamos trabalhando em sua normalização", assegurou Inés María Chapman, presidente do Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos.

A maior parte da ilha ainda está em fase de "recuperação" dos danos do Irma, que atravessou a costa norte de leste a oeste por 72 horas com ventos de furacão, fortes chuvas e avanço da água do mar em ambos os litorais, porque seu alcance de ação foi maior do que a largura de Cuba.

"Não temos energia elétrica, nem água corrente. Tampouco temos combustível para cozinhar, ou água para beber", declarou desesperada à AFP Mariela Amaro, analista de sistemas de 38 anos, que vive no bairro central de Vedado, em Havana.

O avanço das águas do mar destruiu a casa de Luz María Robles, localizada em frente ao dique de Havana. "Já recolheram todos os escombros" e agora estamos "esperando a água" e a "comida", comentou a mulher de 70 anos.

Os aeroportos de Havana e Varadero, os de maior tráfego internacional em Cuba, reiniciaram suas operações nesta terça-feira (12/9).

Uma nota da Corporação da Aviação Civil de Cuba afirma que, a partir das 12h00 (13h00 de Brasília) desta terça-feira "as operações aéreas nacionais e internacionais começaram a ser restauradas no Aeroporto Internacional José Martí", em Havana, o maior do país.

Quatro horas antes, o tráfego foi restabelecido no aeroporto de Juan Gualberto Gómez, no famoso balneário de Varadero, 130 km a leste de Havana.

As empresas de ônibus retomaram igualmente nesta terça-feira os serviços de transportes, enquanto as escolas (todas públicas) e as universidades que não foram afetadas pelo furacão reiniciaram suas atividades.

Em Havana, brigadas de trabalhadores retiram das ruas um grande número de árvores e raízes, reinstalam os postes de eletricidade, enquanto a polícia ordena o trânsito nas artérias importantes, onde Irma danificou um grande número de sinais de trânsito.

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