A porta-voz lembrou que as condições nas quais vivem as crianças que chegaram a Bangladesh são exatamente propícias para desnutrição e para contrair qualquer outra doença. "As pessoas em Cox;s Bazar (Bangladesh) vivem literalmente algumas acima das outras. Não há água potável suficiente para todos". "A prioridade agora é evitar que uma crise humanitária se transforme em um desastre humanitário", concluíu Mercado.
Número de refugiados
A Organização Internacional das Migrações (OIM) disse que as chegadas de rohingyas vindos de Mianmar não cessam. Na última semana, foram registradas cerca de 20 mil pessoas por dia, o que eleva o total de refugiados a 421 mil pessoas.
"Muito dos que chegam, que estiveram caminhando durante dias pela selva com um intenso calor e debaixo da chuva, já estão doentes e desnutridos quando chegam a Cox;s Bazar", descreveu Joel Millman, porta-voz da OIM.
Atuação do governo
A líder de fato de Mianmar, Aung San Suu Kyi, disse hoje que seu governo não foge de suas responsabilidades e está ao lado daqueles que sofrem, referindo-se a violência contra a minoria muçulmana rohingya no estado de Rakhine.
"Apesar de todos os esforços, não conseguimos parar o conflito. Não é a intenção do governo fugir de suas responsabilidades", disse Rakhine, durante entrevista coletiva, diante de diplomatas e autoridades. "Condenamos todas as violações dos direitos humanos. Nos comprometemos com o estado de direito e a ordem", acrescentou a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, em 1991.
Na coletiva, retransmitida ao vivo pela televisão local, Aung San Suu Kyi se comprometeu em levar ajuda humanitária à região, além de permitir o retorno dos refugiados rohingyas, se referindo a eles como "muçulmanos", que fugiram para para Bangladesh.