Mundo

Bangladesh mobiliza exército para dar ajuda humanitária a rohingyas

Esta decisão dá início a uma etapa de envolvimento direto do exército de Bangladesh nesta crise humanitária

Agência France-Presse
postado em 20/09/2017 10:12
Os refugiados muçulmanos Rohingya atravessam a água submersa no campo de refugiados de Thyangkhali, no distrito bengali de Ukhia

Dacca, Bangladesh -
Bangladesh ordenou nesta quarta-feira (20/9) que suas forças armadas participem na distribuição de ajuda humanitária e na construção de abrigos para os refugiados rohinygas, indicou uma fonte do governo.

O exército nacional vai se posicionar na região de Cox;s Bazar, anunciou à AFP Obadiul Quader, funcionário muito influente no governo da primeira-ministra Sheikh Hasina, e segundo mais alto dirigente do partido no poder, o Awami League. Mais de 420 mil rohinygás se refugiaram em Bangladesh por causa da violência em Mianmar.

Esta decisão dá início a uma etapa de envolvimento direto do exército de Bangladesh nesta crise humanitária. Na semana passada, as autoridades encomendaram a tarefa de levar ajuda internacional aos campos de deslocados.

Nesta quarta, Sheikh Hasina reiterou seu apelo para que Mianmar readmita em seu território os 420.000 refugiados rohingyas. "Nós afirmamos a Mianmar ;são seus cidadãos, devem readmiti-los, garantir sua segurança, acolhê-los, não deve existir opressão nem tortura;", afirmou a primeira-ministra em Nova York durante uma reunião com seus compatriotas, segundo a imprensa de Bangladesh.

Sheikh Hasina está em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, onde deve discursar na quinta-feira. Hasina reiterou o apelo depois que a líder birmanesa Aung San Suu Kyi declarou que Mianmar estava "pronta" para um retorno dos refugiados rohingyas.

Os rohingyas, a maior população apátrida do mundo, são considerados há várias décadas estrangeiros em Mianmar, país com 90% da população budista. Os rohingyas sofrem uma discriminação que impede viagens ou casamentos sem autorização. Também estão privados do acesso ao mercado de trabalho e aos serviços públicos, como escolas e hospitais.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação