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Furacão María castiga Porto Rico e provoca danos e inundações

Os meteorologistas registraram rajadas de 175 km/h, em Yabucoa, e de 190 km/h, em Campamento Santiago, uma base em Salinas, ao sul da ilha

Com 3,5 milhões de habitantes, na terça, Porto Rico já tinha 500 abrigos disponíveis. "O vento soa como uma mulher gritando a plenos pulmões", descreveu o fotógrafo e caçador de tempestades Mike Theiss no Twitter.

"Porto Rico está sendo duramente golpeado por um novo monstruoso furacão", tuitou o presidente americano, Donald Trump. "Tenham cuidado, nossos corações estão com vocês - estaremos para ajudar", completou.

Na terça, o governador Rosselló já havia alertado a população para que se preparasse para a "pior" tempestade do último século. "Confesso que tenho medo. Pela primeira vez estou preocupada, porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidade", disse à AFP a professora Noemi Aviles Rivera, de 47 anos, que sobreviveu a dois deles: Hugo, em 1989, e Georges, em 1998.

;Violento e intenso;

Depois de sua passagem pelas Pequenas Antilhas, o furacão deixou dois mortos na ilha francesa de Guadalupe e uma devastação ainda sem números oficiais em Dominica. Na noite de terça, castigou as Ilhas Virgens americanas antes de seguir para Porto Rico. Este arquipélago é composto de três ilhas maiores - Santa Cruz, San Juan e São Tomás - e de uma cadeia de ilhotas e keys.

Habitantes de Santa Cruz contaram à AFP que viram "árvores voando pela força do vento" e que "chovia horizontalmente". "Muito violento e intenso", disse Coral Megahy, de 31, falando de Santa Cruz.

"Tem muito barulho. Chove de lado, e as árvores estão balançando. María parece muito irritada", disse à AFP Judi Buckley, que está nas Ilhas Virgens. Essa ex-senadora de Santa Cruz mora nos Estados Unidos e foi à ilha ajudar na recuperação pós-Irma.

"Pensei que tivesse vindo (a Santa Cruz) para dar uma mão depois da destruição do Irma", comentou. "Parece que vim para dar as boas-vindas ao María", completou. Em Guadalupe, uma pessoa morreu pela queda de uma árvore, e outra, no litoral.

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Isolados

Começam a surgir informações de destruição sobre Dominica, que viu todas suas comunicações serem cortadas desde a passagem de María, com ventos de 260 km/hora na segunda-feira à noite. Devido ao mau tempo, as equipes de resgate não tinham conseguido chegar a essa localidade na terça-feira.

Uma equipe da Agência de Emergências de Desastres do Caribe (CDEMA) viajou ontem à noite para instalar uma equipe de comunicações em Dominica. Também saíram contingentes de Barbados para colaborar nos esforços de resgate.

A única informação de que se dispõe até agora é uma mensagem do primeiro-ministro Roosevelt Skerrit no Facebook, relatando que seus 73 mil moradores perderam "tudo o que o dinheiro pode comprar".

O vento "arrasou os telhados das casas de quase todas as pessoas, com as quais eu falei", acrescentou.

Os operadores de radioamador estão ativos, fornecendo informações. O operador Julian Antoine, de Ohio, disse à Rádio Dominica Wice QFM - que começou a transmitir do Texas após o furacão - que um usuário da capital dominiquesa, Roseau, havia relatado danos muito graves.

"Há árvores por todos os lados, telhados arrancados, e outros totalmente destruídos e, entre onde eu estou e a minha igreja, a devastação é completa. O telhado do centro comunitário saiu voando", afirmou esse operador de radioamador de Roseau, cujo nome de usuário é Juliette 73 Yankee Hotel (J73YH).

O primeiro-ministro de Santa Lucía, Lenard Montoute, disse que, além do dano causado por inundações e deslizamentos nas estradas, o setor bananeiro - vital para sua economia - sobreviveu ao pior do impacto de María. O furacão passou pela ilha quando ainda estava na categoria dois.