Jornal Correio Braziliense

Mundo

Iraque inicia ofensiva contra um dos últimos redutos do Estado Islâmico

A localidade de Hawija, na província petroleira de Kirkuk, é a última cidade importante do Iraque, ao lado de Al-Qaim, que está sob controle do grupo


A região de Kirkuk foi apelidada pelas forças americanas, que invadiram o país em 2003, como a "Kandahar do Iraque", em referência aos talibãs do Afeganistão, pelo grande número de atentados cometidos contra seus soldados na região.

Durante muitos anos foi considerada um barril de pólvora pelas tensões entre a comunidade xiita e sunita. Em abril de 2013, as forças de segurança dominadas pelos xiitas atuaram durante um protesto contra a suposta discriminação do governo em relação aos sunitas.

Nos confrontos morreram 50 pessoas e o incidente se tornou uma data chave na explosão da violência sectária que durou anos e terminou com a ofensiva do EI, que dominou amplas faixas do território do país no ano seguinte. Hawija também fica no território de disputa entre os grupos árabes e os curdos.

Depois que o EI conquistou amplas faixas do território iraquiano em uma operação relâmpago, as forças curdas lançaram uma contraofensiva que os levou a controlar várias zonas da província de Kirkuk, que no papel estão sob controle federal. Paralelamente à ofensiva em Hawija, as tropas iraquianas prosseguem com a ofensiva no deserto da região oeste do país.

A operação, com apoio da coalizão internacional antijihadista, pretende obter o controle de três localidades controladas pelos extremistas, a 100 quilômetros da fronteira síria na imensa e desértica província de Al-Anbar. O objetivo das tropas iraquianas é recuperar Anna, Rawa e Qaim, última localidade antes da fronteira e da província síria de Deir Ezzor.