Jornal Correio Braziliense

Mundo

França: Eleições do Senado podem ser primeiro revés para Macron

Apesar de uma derrota no Senado não o impedir de governar, poderia complicar seus planos de impulsionar reformas constitucionais


"Mas a eleição de senadores não funciona desta maneira", uma vez que seus membros são eleitos por sufrágio indireto por um colégio de grandes eleitores, dos quais 95% são prefeitos. O governo adotou nos últimos meses uma série de medidas que não são do gosto dos representantes locais, entre elas um corte de 300 milhões de euros nos fundos para as autoridades locais e regionais.

Outros não estão satisfeitos com a decisão de Macron de eliminar um imposto local sobre a propriedade para 80% dos imóveis, um ingresso importante para seus orçamentos. "O governo tem acumulado uma série de erros e tem feito tudo ao seu alcance para irritar os representantes locais", lamentou o senador centrista Vincent Capo-Canellas.

Referendo?
O Senado tem o poder de atrasar o andamento de projetos de lei, mas em caso de um impasse, a última palavra é da Assembleia Legislativa, dominada pela LREM, o que significa que, mesmo que Macron não obtenha uma maioria no domingo, poderá continuar a aplicar suas reformas econômicas.

Mas a Câmara Alta poderia, potencialmente, torpedear seus planos de empreender mudanças constitucionais, incluindo seu projeto de lei para reduzir em um terço o número de assentos no Parlamento. Para isso, Macron precisaria do apoio de três quintos das duas câmaras combinadas, 555 assentos no total.

Atualmente, ele tem o apoio de cerca de 400 membros da Assembleia - 313 da LREM - mas precisaria reunir cerca de 160 mais no Senado. Como último recurso, no entanto, disse que submeteria suas reformas a um referendo, se necessário.