Agência France-Presse
postado em 22/09/2017 19:47
Um juiz chileno acusou nesta sexta-feira 13 militares reformados pelo ataque contra dois jovens - queimados vivos - durante uma manifestação em 1986 contra a ditadura do general Augusto Pinochet.
Os 13 militares foram acusados por "homicídio qualificado" do fotógrafo Rodrigo Rojas, 19 anos, e de "tentativa de homicídio" da estudante Carmen Gloria Quintana, 18, detidos e queimados vivos pelos militares durante um protesto em Santiago no dia 2 de julho de 1986, informou o Poder Judiciário.
Rodrigo Rojas morreu quatro dias depois e Quintana sobreviveu com queimaduras em mais de 60% do corpo. Atualmente é professora universitária.
O juiz Mario Carroza, encarregado da investigação, concluiu que os militares "jogaram combustível nos jovens e atearam fogo...".
Onze militares foram acusados de autoria e dois por cumplicidade nos crimes.
O emblemático caso foi reaberto em 2015, quando o juiz Carroza ordenou a detenção dos militares reformados após um dos envolvidos revelar detalhes do crime.
Os militares acusados foram libertados sob fiança durante a investigação e permanecerão assim até que o juiz Carroza emita a sentença, no prazo de seis meses.
Entre os acusados está o tenente do Exército Pedro Fernández Dittus, que em 1993 foi condenado a 600 dias de prisão pelo mesmo caso, mas saiu da prisão um ano depois sob a alegação de problemas mentais.
O caso provocou especial atenção nos Estados Unidos, já que Rodrigo Rojas vivia no país e se encontrava de férias no Chile quando foi assassinado.
Há dois anos, Washington liberou documentos sobre a ditadura chilena que revelavam que Pinochet encobriu o caso.