Agência France-Presse
postado em 29/09/2017 08:18
Beirute, Líbano - Ao menos 58 membros das forças do regime sírio morreram na quinta-feira (29/9) em uma série de ataques do grupo Estado Islâmico (EI) contra postos de controle na província central de Homs, informou nesta sexta-feira a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O EI, encurralado em todas as frentes, reivindicou a ofensiva em um comunicado e afirmou que vários combatentes atacaram as posições governamentais ao sul da cidade de Al-Sukhna, no deserto sírio, o que deixou dezenas de mortos entre os militares e milicianos.
[SAIBAMAIS]Os ataques coincidiram com a divulgação do áudio do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, no qual ele pede a seus combatentes, perto da derrota total no Iraque, que resistam e aumentem os ataques contra os inimigos. "Os primeiros ataques atingiram postos de controle das tropas governamentais em Chola", uma localidade próxima à cidade de Deir Ezzor, leste da Síria, informou o OSDH.
O Estado Islâmico sofreu derrotas importantes nas últimas semanas em Deir Ezzor e na província de mesmo nome, a última que controla na Síria.
A organização extremista está cercada por duas ofensivas simultâneas, uma das forças governamentais sírias apoiadas pela Rússia e outra das forças curdas respaldadas pelos Estados Unidos. "Depois o EI executou uma série de ataques contra postos de controle ao longo de uma estrada que vai de Chola até o sul de Al-Sukhna", afirmou o OSDH.
A estrada atravessa a zona desértica da Síria conhecida como Badiya, que inclui várias províncias. Com o apoio da aviação russa, o exército sírio e as milícias pró-governo expulsaram o EI da maior parte de Badiya, com exceção de algumas zonas isoladas das províncias de Homs e Deir Ezzor.
Na quinta-feira, Abu Bakr al-Baghdadi convocou os combatentes do EI e disse que eles devem "ser pacientes e resistir ante os infiéis", em referência aos vários países que lutam contra o grupo no Iraque e na Síria. Apesar das derrotas nos últimos meses, o EI consegue executar ataques esporádicos no Iraque e na Síria, além de organizar atentados na Europa. Desde 2011, a guerra na Síria matou mais de 330.000 pessoas.