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Governo espanhol quer impedir a declaração de independência da Catalunha

Nesta segunda-feira, dois protestos foram convocados para o centro de Barcelona: um deles, na Praça Universidade, onde centenas de pessoas gritavam "as ruas serão sempre nossas


O próprio Sánchez expressou seu "profundo desacordo com as ações policiais", enquanto a prefeita de Barcelona, Ada Colau, uma figura emergente da política catalã, chamou Rajoy de "covarde" e pediu sua renúncia.

No total, 893 pessoas receberam atendimento médico em consequência das operações policiais. Os agentes utilizaram cassetetes, balas de borracha e agrediram várias pessoas, incluindo bombeiros e agentes da Polícia regional da Catalunha, os Mossos d;Esquadra.

Comissão Europeia quer diálogo
Segundo o Executivo catalão, o "sim" a um "Estado independente em forma de república" venceu com 90%, ou seja, 2,02 milhões de votos, e uma taxa de participação de 42,3%. A votação não teve nenhuma das garantias habituais, já que o censo eleitoral não era transparente, não havia junta de supervisão, nem cabines para assegurar o voto secreto.

Puigdemont afirmou, porém, que enviará os resultados ao Parlamento da Catalunha, para que atue de acordo com a lei do referendo, aprovada no início do mês passado. Com base em suas afirmações, o Executivo catalão pode declarar de maneira unilateral a independência de uma região fundamental para a Espanha, já que representa 16% de sua população e 19% do PIB.

Apesar das críticas e dos pedidos de diálogo, no exterior nenhum país defende a independência da Catalunha. A Comissão Europeia pediu a Madri e a Barcelona que "passem rapidamente do confronto ao diálogo", alegando que "a violência nunca pode ser um instrumento na política".

"É altamente improvável que a Catalunha se converta em um Estado independente nos próximos anos", mas, com as imagens da violência policial, "as forças separatistas conseguiram uma vitória tática", afirmou o analista Holger Schmieding, do banco Berenberg. Para o analista, o que aconteceu no domingo pode complicar o dia a dia do governo de Rajoy, minoritário no Parlamento.

O Executivo conservador está tentando aprovar o orçamento de 2018, mas, para isso, precisará do apoio dos deputados do Partido Nacionalista Basco (PNV), uma formação que critica duramente a gestão de Rajoy a respeito da crise catalã. Na Bolsa de Madri, as ações dos bancos catalães Caixabank e Sabadell operavam em baixa.