Agência Estado
postado em 02/10/2017 09:26
O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, pediu nesta segunda-feira (2/10) uma mediação internacional para resolver a crise gerada pelo plebiscito pela independência da região do restante da Espanha. Puigdemont solicitou também que a polícia nacional espanhola se retire da região, após a votação de ontem ser marcada pela violência das forças de segurança. Segundo a autoridade, serão investigadas violações aos direitos humanos cometidas durante o evento.
[SAIBAMAIS]Puigdemont pediu que a União Europeia considere o desejo separatista da Catalunha como um problema europeu e pediu que o governo do premiê Mariano Rajoy aceite a mediação. O líder regional disse que nos próximos dias o Parlamento regional colocará em marcha um processo para declarar a independência, já que a maioria dos votantes optou pelo "sim" à separação no domingo.
O governo da Espanha diz que a votação foi legal e não tem qualquer valor. Rajoy se reunirá com lideranças de seu Partido Popular antes de convocar uma sessão do Parlamento para discutir como lidar com a mais grave crise do país em décadas. Rajoy convocou ainda uma reunião na segunda-feira com o líder da principal força da oposição, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), para discutir as opções para o país.
A confrontação surgiu após líderes catalães decidirem seguir adiante com a consulta prevista para o domingo, apesar da suspensão do Tribunal Constitucional. O governo espanhol nega que a votação tenha ocorrido, enquanto os catalães defensores da independência dizem que ele foi válido e justifica uma ruptura com as autoridades de Madri. Segundo autoridades catalãs, resultados preliminares mostram que 90% das pessoas que votaram estavam a favor da independência. Menos da metade do eleitorado participou da votação, em uma jornada marcada pelos confrontos com a polícia.
A União Europeia pediu nesta segunda-feira que as duas partes avancem da confrontação para o diálogo. A Catalunha representa 20% da economia espanhola. Pesquisas mostraram durante anos que a maioria dos 7,5 milhões de pessoas da região estavam a favor de um plebiscito pela secessão, mas que a alternativa pela independência era defendida por cerca de 50%. Fonte: Associated Press.