Agência France-Presse
postado em 05/10/2017 09:08
Paris, França - Depois de mandar "alguns" irem procurar trabalho, o presidente Emmanuel Macron voltou a irritar parte dos franceses, os quais, indignados com a classe política, apontam seu "desprezo" em relação aos menos favorecidos. Em um evento em Corr;ze (centro) na quarta-feira (4/10), Macron conversava reservadamente com uma autoridade local, que lhe contava sobre as dificuldades de recrutamento de uma empresa.
"Alguns, ao invésde fazer confusão, poderiam muito bem tentar arrumar um trabalho", respondeu Macron, sem especificar a quem se dirigia. Pouco antes, sua visita foi interrompida por um grupo de cerca de 150 trabalhadores e ex-empregados licenciados de um fornecedor de autopeças, que enfrentaram os policiais na tentativa de se reunir com Macron.
[SAIBAMAIS]"Eu presumo que um presidente da República possa nomear as coisas e escolher as palavras que todos nós usamos no dia a dia", respondeu o porta-voz do governo, Christophe Castaner, nesta quinta, depois das intensas reações da oposição, que voltou a chamar Macron - mais uma vez - de "presidente dos ricos".
A porta-voz do partido de direita Os Republicanos, Valérie Boyer, também denunciou o "desprezo" do presidente "pelos franceses". "Qual é o problema de Macron com as pessoas que não pagam o ISF? (Imposto de Solidariedade sobre a Fortuna)", questionou o porta-voz do Partido Socialista, Rachid Temal, referindo-se à polêmica reforma que alivia esse imposto para os mais ricos.
"Macron não sabe o que é ;procurar trabalho;. O ;bordel; é ele", apontou o deputado Adrien Quatennens, do França Insubmissa (de esquerda radical), em alusão à declaração do presidente no original, em francês, algo como "em vez de ir transar no bordel, alguns poderiam muito bem tentar arrumar um trabalho lá".