O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu, nesta sexta-feira (6/10), às principais economias do mundo para avaliar a estagnação do crescimento, a produtividade e os preocupantes desequilíbrios das contas públicas, afirmando que não existem garantias de que a recuperação global vá continuar.
Em um relatório sobre a saúde econômica dos países do G20, o FMI reforçou que eles tiveram progressos substanciais para impulsionar a recuperação econômica após a crise financeira de 2008 e a subsequente recessão, estabilizando o crescimento e baixando as taxas de desemprego.
[SAIBAMAIS]Mas o órgão alertou para a persistência de diversos problemas, já que os índices de crescimento potencial em mais da metade das economias do G20 ficam em 2% ou menos. O informa também alerta para os desequilíbrios de conta corrente no Reino Unido e nos Estados Unidos, que têm déficits comerciais persistentes, que poderiam estimular o protecionismo.
Na semana que vem, o FMI e o Banco Mundial vão ter encontros anuais com Estados membros, com a presença de representantes do G20.
"A sustentabilidade do crescimento não está garantida", diz o relatório. "A recuperação cíclica é firme, mas a produtividade continua sendo baixa".
Uma queda aguda e prolongada nos preços de vários produtos, sobretudo do petróleo, foi um peso para as economias emergentes de países como Argentina, Brasil, Arábia Saudita e África do Sul, bem como México e Turquia.
Contudo, estima-se que economias desenvolvidas como Japão, Coreia do Sul, Austrália, França e Itália também estejam crescendo abaixo de seu potencial ao amargar inflações menores que o estimado e uma demanda fraca.
"Enquanto os níveis de dívida soberana se estabilizaram amplamente, houve poucos avanços para reduzi-los", critica o relatório.
O FMI pede para os países fazerem novos esforços para reduzir o déficit e os níveis "incomodamente altos" da dívida pública em Brasil, Espanha, Japão e Estados Unidos.
"A China deveria trabalhar para reduzir as vulnerabilidades financeiras no setor privado", indica o documento, aludindo à rápida expansão do crédito na segunda maior economia mundial.