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Funcionários públicos franceses entram em greve contra reformas do governo

Nove sindicatos que representam 5,4 milhões de funcionários públicos, 20% da força de trabalho francesa, convocaram a greve e os protestos para expressar a "profunda divergência" com as reformas de Macron

Agência France-Presse
postado em 10/10/2017 09:22
Esta é a quarta jornada de protestos contra as reformas do presidente de 39 anos
Paris, França - Funcionários da administração francesa estavam em greve nesta terça-feira (10/10) para protestar contra a ausência de aumento salarial e o corte de 120.000 funcionários públicos previstos pelo governo, o que aumenta a oposição às reformas do presidente Emmanuel Macron.

[SAIBAMAIS]Nove sindicatos que representam 5,4 milhões de funcionários públicos, 20% da força de trabalho francesa, convocaram a greve e os protestos para expressar a "profunda divergência" com as reformas de Macron.

Esta é a quarta jornada de protestos contra as reformas do presidente de 39 anos.

"O governo não parece receptivo ao profundo mal-estar entre os funcionários", disse Laurent Berger, diretor do sindicato CFDT, o segundo maior da França, ao jornal Les Echos.

"Os agentes sofrem, porque são considerados apenas um peso fiscal, e não uma riqueza", completou Berger.

Pela primeira vez desde 2009, vários sindicatos da área da saúde (médicos, farmacêuticos, dentistas) se uniram ao setor paramédico (enfermeiros).

As escolas públicas também foram afetadas, assim como os serviços ferroviários e aéreos, que devem registrar atrasos.

Esta é a primeira vez em uma década que os nove sindicatos do setor público fazem uma convocação conjunta de greve.

A mobilização acontece no momento em que Macron - descrito pela oposição como o "presidente dos ricos" - continua utilizando expressões depreciativas em relação aos trabalhadores.

Frederic Dabi, do instituto de pesquisas Ifop, afirma que os funcionários públicos se consideram cordeiros sacrificados.

Depois de apoiar Macron na eleição presidencial, "eles têm a sensação de que vão pagar pelas políticas do governo", disse Dabi à AFP.

O funcionalismo público está irritado com o congelamento dos salários, o aumento dos descontos e o corte de 1.600 postos em 2018, as primeiras medidas de um plano de Macron que pretende cortar 120.000 empregos até 2022.

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