A oposição venezuelana denunciou nesta quarta-feira (11/10) que o poder eleitoral, a quem acusa de servir ao governo, mudou de lugar 205 seções eleitorais em 16 estados para afetar sua votação nas eleições de governadores de domingo (15).
[SAIBAMAIS]A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) assegurou que na maioria desses centros historicamente os seus candidatos ganharam as eleições.
"A quatro dias da eleição cometem este abuso. Aqui há uma violação clara dos direitos políticos dos venezuelanos", expressou em coletiva de imprensa Liliana Hernández, coordenadora eleitoral da MUD.
Acompanhada por outros dirigentes da MUD, Hernández pediu aos cidadãos para verificar se suas seções eleitorais foram mudadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e sair para votar em massa.
"Temos que nos organizar e votar, o desejo de mudança está do nosso lado, o que eles têm é crise e fome", assinalou a dirigente.
Francisco Castro, assessor eleitoral da MUD, afirmou que nas 205 seções eleitorais realocadas a oposição obteve mais de 200.000 votos nas legislativas de 2015.
"É irreversível a decisão deste povo de sair para votar em 15 de outubro. E que o governo entenda que tem que haver um processo eleitoral nacional que permita mudar os que fracassaram", afirmou Hernández, que prometeu denunciar o ocorrido em organismos internacionais de direitos humanos e na União Europeia.
Na noite de segunda-feira, Luis Emilio Rondón, único opositor dos cinco dirigentes do CNE, denunciou a ação e disse que o argumento usado era "falta de infraestrutura" e que há risco de surtos de violência nesses locais.
De acordo com o especialista eleitoral Eugenio Martínez, nos centros realocados estão inscritos para votar 312.000 eleitores e nas parlamentares de 2015 a oposição alcançou mais de 80% dos votos emitidos nesses locais.
A MUD também denunciou que o CNE violou as leis eleitorais ao impedir a substituição de candidaturas, em sua visão, para afetar a votação opositora.