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Donald Trump decide sobre o futuro do acordo nuclear com o Irã

Em um discurso na Casa Branca às 12H45 (13H45 de Brasília), Trump deve apresentar um enfoque mais agressivo para verificar os compromissos do Irã no âmbito do acordo

Agência France-Presse
postado em 13/10/2017 10:58
O presidente americano está muito isolado sobre o temaWashington, Estados Unidos - O presidente Donald Trump revelará nesta sexta-feira (13/10) uma mudança de estratégia dos Estados Unidos a respeito do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irã, mas sem abandoná-lo efetivamente, como havia prometido durante a campanha eleitoral.

Em um discurso na Casa Branca às 12H45 (13H45 de Brasília), Trump deve apresentar um enfoque mais agressivo para verificar os compromissos do Irã no âmbito do acordo, o que passará a bola para o campo do Congresso sobre o futuro do texto, que pretende evitar que o Irã produza uma bomba atômica.

O questionamento da conquista emblemática de seu antecessor Barack Obama promete ser uma das decisões mais polêmicas Trump, nove meses depois de sua posse na Casa Branca.

O presidente americano está muito isolado sobre o tema. Além de Teerã, os demais signatários do texto histórico - Moscou, Pequim, Paris, Londres e Berlim - advertiram sobre as consequências imprevisíveis de mudar o que foi acordado.

Embora Washington não se retire do acordo assinado em julho de 2015, Trump poderia abrir um período de grande incerteza ao negar-se a "certificar" que Teerã cumpre com seus compromissos - o que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma que a República Islâmica faz.

O acordo busca garantir o caráter exclusivamente civil do programa nuclear iraniano e a AIEA confirmou até agora o cumprimento por parte de Teerã. Ao não certificar o acordo Trump estaria desvalorizando a agência do sistema das Nações Unidas, outro golpe ao multilateralismo depois de anunciar na quinta-feira a saída do país da Unesco.

De acordo com a Casa Branca também existe a expectativa de que o presidente anuncie sanções contra alguns integrantes da Guarda Revolucionária, o exército de elite iraniano, mas sem chegar a classificar esta organização como "grupo terrorista".

Funcionários indicaram que o presidente insistirá na "influência desestabilizadora" de Teerã no Oriente Médio e, "em particular, em seu apoio ao terrorismo".

Trump vai falar sobre o tema porque, de acordo com a lei americana, o presidente deve "certificar ou não" ao Congresso a cada 90 dias que Teerã respeita o acordo e que este é do interesse dos Estados Unidos. Em tese, a decisão de "não certificação" dá aos congressistas 60 dias para decidir se voltam a impor as sanções retiradas em 2015 como parte do acordo. Um retorno das sanções determinaria, na prática, o fim do acordo.

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