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EUA alerta sobre risco de parcialidade em eleições na Venezuela

O bloco opositor ao presidente venezuelano Nicolás Maduro fez a mesma denúncia na quarta-feira, acusando o CNE de servir ao governo

Agência France-Presse
postado em 13/10/2017 12:40
Ativistas pró-governo demonstram seu apoio ao deputado venezuelano e candidato a governador Hector RodriguezWashington, Estados Unidos - Os Estados Unidos alertaram sobre o risco de parcialidade nas eleições de governadores no próximo domingo en Venezuela, ao apontar ações da autoridade eleitoral do país que "questionam" a legitimidade da votação.

"Preocupa os Estados Unidos que uma série de ações por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) questionem a imparcialidade do processo eleitoral", afirmou o Departamento de Estado, em um comunicado de seu porta-voz, Heather Nauert, datado na quinta-feira.

O texto mencionou como preocupações o "fechamento de centros de votação nas zonas que são baluartes da oposição", a "manipulação do formato das urnas", o fato de "não permitir uma auditoria completa e independente do software de contagem de votos", assim como a existência de um "padrão de desqualificação por motivações políticas e arbitrárias dos líderes e dos candidatos da oposição".

Como exemplo dessa situação, disse que esta semana o CNE anunciou o fechamento ou relocalização de 203 centros eleitorais em 16 estados, "tipicamente em áreas dominadas pela oposição, e potencialmente privando de seus direitos mais de 450.000 eleitores".


O bloco opositor ao presidente venezuelano Nicolás Maduro fez a mesma denúncia na quarta-feira, acusando o CNE de servir ao governo.

Além disso, o governo de Donald Trump expressou sua "profunda preocupação" pela denúncia pública em 2 de agosto por parte da empresa Smartmatic, que deu suporte tecnológico em várias eleições na Venezuela, de uma "manipulação" dos resultados na votação da Assembleia Constituinte em julho.

Segundo Departamento de Estado, essa votação, "boicoteada pela maioria dos eleitores", facilitou o estabelecimento de uma Constituinte "ilegítima".

Washington pediu a Caracas que permita que observadores nacionais independentes monitorem a eleição e a contagem dos votos. Os venezuelanos vão às urnas no domingo para eleger 23 governadores em eleições que, segundo a Constituição, deveria ter sido realizada em 2016.

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