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UE teme impacto da decisão de Trump sobre Irã na pressão sobre Coreia

O Irã e as potências do P5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) firmaram em 2015 um acordo que previa a suspensão progressiva das sanções em troca da garantia de que Teerã não desenvolveria a bomba atômica

Agência France-Presse
postado em 16/10/2017 09:54
O Irã e as potências do P5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) firmaram em 2015 um acordo que previa a suspensão progressiva das sanções em troca da garantia de que Teerã não desenvolveria a bomba atômicaLuxemburgo, Luxemburgo - Os chanceleres europeus manifestaram nesta segunda-feira (16/10) sua preocupação com o questionamento por parte do presidente americano, Donald Trump, do acordo nuclear com o Irã, advertindo que pode afetar as ações internacionais contra o programa nuclear norte-coreano.

"As mensagens sobre o acordo com o Irã poderiam afetar negativamente a possibilidade de abrir negociações ou abrir inclusive espaço para negociações com a Coreia do Norte;", afirmou em entrevista coletiva a chefe da diplomacia do bloco, Federica Mogherini, durante uma uma reunião de ministros em Luxemburgo.

O Irã e as potências do P5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) firmaram em 2015 um acordo que previa a suspensão progressiva das sanções em troca da garantia de que Teerã não desenvolveria a bomba atômica. Federica foi mediadora desse acordo.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que, até o momento, o governo iraniano vem cumprindo seus compromissos. Ainda assim, Trump anunciou na sexta-feira que não ratificaria o acordo e deixou em aberto a ameaça de se retirar a qualquer momento.

Depois de tomar conhecimento da decisão americana, Mogherini questionou que apenas um país possa pôr fim a uma decisão adotada pelo Conselho de Segurança da ONU. Ela anunciou que viajará no início de novembro a Washington para convencer os congressistas americanos a não retirarem o país do acordo histórico.

"Se não se respeita mais esse compromisso, como querem convencer a Coreia do Norte de sentar à mesa para encontrar uma solução [a respeito de seu programa nuclear e balístico]?", questionou o chanceler luxemburguês, Jean Asselborn.

Para aumentar a pressão sobre Pyongyang, os 28 devem adotar novas sanções contra o país asiático em resposta a seu último teste nuclear no início de setembro.

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