Agência Estado
postado em 18/10/2017 17:20
A Anistia Internacional pediu nesta quarta-feira (18/10) que se liberte "de imediato" os dois líderes separatistas catalães, presos provisoriamente à espera de julgamento na Espanha, ao considerar que as acusações de sedição apresentadas contra eles são "excessivas".
"Pedimos às autoridades que retirem as acusações apresentadas contra Jordi Sánchez e Jordi Cuixart e que ponham um fim de imediato à sua prisão provisória", exigiu em um comunicado Esteban Beltrán, diretor da Anistia Internacional na Espanha.
Cuixart e Sánchez, dirigentes das duas principais organizações separatistas catalãs, foram enviados na segunda-feira à prisão provisória, acusados de sedição por liderar uma marcha multitudinária em Barcelona em 20 de setembro, que impediu durante horas a saída de policiais que revistavam um edifício do governo catalão.
Autoridades catalãs os descreveram como presos políticos e milhares de pessoas foram às ruas da Catalunha em sua defesa, mas o governo espanhol defende que no país há a plena separação de poderes.
Para a Anistia, os dois líderes tiveram uma "resposta judicial desproporcional, segundo o direito internacional".
Em sua avaliação, os dois poderiam ser processados por "uma alteração da ordem pública", mas acusá-los de sedição, passível de punição com dez anos de prisão, e sua prisão provisória "constituem restrições excessivas de seu direito à liberdade e de reunião pacífica".
A Anistia informou, ainda, que os líderes "incentivaram os manifestantes a se concentrar" em frente à secretaria de Economia catalã, mas "não parece que incentivassem [...] usar a violência", razão pela qual os danos sofridos por vários veículos da Polícia "não deveriam ser atribuídos a eles nem direta, nem indiretamente".
O auto da Audiência Nacional os aponta como os "principais promotores e diretores" da concentração multitudinária, durante a qual em um certo momento os dois subiram em um veículo da Guarda Civil espanhola e convocaram "a mobilização permanente".
A prisão de Cuixart e Sánchez ocorreu em meio à crise pela aposta separatista das autoridades catalãs, contestada taxativamente pelo governo central espanhol, que pode suspender a autonomia da região se o presidente catalão, Carles Puigedemont, não desistir de suas ambições antes da manhã de quinta-feira (19/10).