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Ex-presidente dos EUA Barack Obama volta à arena política

Até agora, Obama tem seguido a tradição de manter a discrição que outros expoentes observaram depois de deixar o poder


Ao reencontrar nesta quinta-feira os militantes democratas, entre os quais mantém uma grande popularidade, o 44; presidente americano pode ser tentado, porém, a lançar algumas flechas contra Trump. O magnata nova-iorquino não tem sido exatamente discreto na hora de romper publicamente com qualquer coisa que represente seu antecessor.

Em Nova Jersey, o cargo de governador parece destinado ao democrata Philip Murphy, que sucederia ao republicano Chris Christie, político que era próximo de Trump e que agora, no fim de seu mandado, goza de pouca popularidade. "Os democratas têm tudo para ganhar em Nova Jersey. Então, apenas a Virgínia será um campo onde haverá uma verdadeira disputa", diz Sabato.

A Virgínia é importante, sendo o único estado histórico do sul conquistado pela então candidata à Presidência dos EUA Hillary Clinton, em 2016. Sua relevância cresce ainda mais se considerada sua proximidade com a capital federal, Washington, D.C.

A importância dessas eleições
"Se o Partido Republicano perder a Vírginia, Trump terá grande parte da culpa", afirma Sabato. Em contrapartida, "se conquistar o cargo de governador, Trump não será visto como um zero à esquerda pelo partido em 2018". Em Richmond, capital da Virgínia e antiga capital dos estados confederados, Obama apoiará nesta quinta-feira à noite o democrata Ralph Northam.

Este ex-médico militar, que disputa o cargo contra o republicano Ed Gillespie, aparece com uma pequena vantagem em uma pesquisa da Universidade Quinnipiac publicada na quarta-feira (18). A chegada de Obama a esse centro econômico dinâmico com mais de 220.000 habitantes provocou a formação de longas filas para conseguir um bilhete de entrada para o comício público.

Consciente da importância dessas eleições em sua estratégia de manter maioria no Congresso, o presidente Trump acusou Ralph Northam de lutar para uma gangue de criminosos hispânicos, ao apoiar as chamadas cidades santuário para os imigrantes em situação ilegal no país.

Já Ed Gillespie, um ex-conselheiro de George W. Bush que se tornou um lobista milionário, manteve até o momento uma distância prudente do imprevisível presidente, que expressou seu apoio publicamente.