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EUA estudam sanções contra Mianmar pela crise dos rohingyas

Cerca de 600 mil membros da minoria rohingya, que Mianmar não reconhece como cidadãos, fugiram do país para Bangladesh nos últimos dois meses, quando ocorreu uma escalada da violência contra o grupo


A crise aumentou no dia 25 de agosto, após o ataque de um grupo insurgente dessa comunidade muçulmana contra instalações policiais e militares em Rakhine. A resposta do Exército de Mianmar foi uma campanha de repressão que ainda continua.

O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos qualificou essa resposta como "limpeza étnica de manual" contra a minoria rohingya. Em seu comunicado, os EUA asseguraram que estudam ativar a Lei Magnitsky, que prevê a suspensão dos vistos e outros tipos de sanções para os responsáveis por violações dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo.

O Departamento de Estado já retirou a ajuda americana às unidades militares de Rakhine, suspendeu isenções de vistos de militares e ex-militares de Mianmar e retirou convites aos comandantes militares para participar de atividades nos EUA. Além disso, os Estados Unidos estão "consultando seus aliados e parceiros sobre as opções para que Mianmar preste contas na ONU, no Conselho de Direitos Humanos e outros espaços pertinentes".

O ex-presidente Barack Obama suspendeu, semanas antes de deixar o poder, sanções governamentais contra Mianmar, citando um "substancial progresso na melhora dos direitos humanos", apesar de já existir uma campanha de perseguição contra os rohingyas.