O governo chileno lamentou o ataque à embaixada argentina em Santiago na noite de segunda-feira (24/10), depois de uma passeata na capital chilena exigindo justiça após a morte do ativista argentino Santiago Maldonado.
Centenas de pessoas se reuniram em torno da embaixada argentina em Santiago, principalmente vestidas de preto, para exigir justiça a Maldonado, encontrado morto no sul da Argentina depois de mais de dois meses de desaparecimento.
[SAIBAMAIS]Ao final da passeata, alguns manifestantes atacaram com pedras a representação diplomática, causando alguns danos na fachada e nos veículos estacionados em seu interior.
"Quero expressar a solidariedade e o pesar do governo do Chile com este ataque de vândalos contra a embaixada da Argentina no Chile", lamentou nesta terça-feira o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, após uma reunião com o embaixador argentino, José Octavio Bordón.
"As embaixadas são invioláveis %u200B%u200Be nem mesmo na ditadura tenho recordações de uma situação como essa, onde um grupo de indivíduos vandalizou, jogou tinta, danificou veículos", descreveu o diplomata chileno.
Já o embaixador argentino no Chile assegurou que o incidente foi causado por uma "minoria violenta".
"Esta minoria não representa o povo chileno, não representa o povo argentino e muito menos as culturas de nossos países. Não nos deixaremos vencer pela violência", disse o diplomata.
O embaixador informou que uma sala do edifício foi afetada pelo lançamento de pedras.
Em Buenos Aires, o ministério das Relações Exteriores condenou o incidente e rejeitou o uso "deste tipo de manifestação como forma de expressão pública e promoção de ideias políticas".
Imagens de televisão mostraram o momento em que o grupo criou uma barricada com fogo na rua da embaixada e atacou um ônibus do transporte público chileno.
A polícia informou que dois manifestantes foram detidos, enquanto o governo disse que redobraria a segurança na delegação diplomática.