A França quer um "veto climático" para garantir que as medidas destinadas a limitar o aquecimento global não sejam ameaçadas pelo acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá, conhecido como CETA, apontou nesta quarta-feira (25/10) o ministro da Ecologia, Nicolas Hulot.
[SAIBAMAIS]"Vamos criar o que poderíamos chamar de uma forma de veto climático que deve garantir que (...) nossos compromissos climáticos não possam em nenhum caso, e sobretudo nos tribunais arbitrais, ser questionados por investidores", declarou o ministro francês.
O Acordo de Livre Comércio com Canadá (CETA) entrou em vigor de forma provisória e parcial em 21 de setembro, mas ainda deve ser ratificado pelos parlamentos dos países-membros da UE.
Um comitê de especialistas nomeado em julho pelo governo francês para avaliar as consequências do CETA na saúde e no meio ambiente lamentou em um relatório de setembro a "falta de ambição" do texto no que diz respeito ao meio ambiente.
Este comitê sugeriu, além disso, a criação de um veto climático, uma iniciativa reivindicada também por ONGs e deputados franceses.
Hulot não detalhou como este veto seria aplicado concretamente, já que estes dispositivos, explicou, dependem da "cooperação" com a Comissão Europeia.