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Eleições dos EUA: Interferência russa na internet é maior do que se imagina

Facebook, Google e Twitter estão na mira do Congresso americano, que investiga uma possível interferência russa na campanha que resultou na vitória do presidente Donald Trump.


Segundo o documento, o número de internautas americanos que podem ter lido mensagens ou outro conteúdo de fontes russas chegaria a 126 milhões, uma parte considerável do eleitorado. O Facebook não respondeu os pedidos de consulta da AFP.

O Google admitiu na segunda-feira pela primeira vez ter encontrado conteúdos similares, de acordo com um blog oficial. A empresa detectou que duas contas vinculadas à "Internet Research Agency" gastaram 4.700 dólares em alerta durante a eleição presidencial.

"Encontramos evidência de esforços para abusar de nossas plataformas durante a eleição americana de 2016 por atores ligados à Internet Research Agency na Rússia", escreveu a gigante da internet, que se refere a "atividade limitada" em sua ferramenta de buscas e ao site de vídeos YouTube.

No YouTube, o Google identificou 18 canais "possivelmente associados" com a campanha que publicaram 1.108 vídeos em inglês que pareciam ter um conteúdo político. Os vídeos acumularam 309.000 views nos 18 meses anteriores às eleições.

Uma fonte que conhece o relato do Twitter ao Congresso afirmou que a plataforma identificou 36.746 contas (0,12% do total de contas do Twitter) que "automaticamente geraram conteúdo relacionado com as eleições" nos três meses anteriores e que pareciam estar ligadas a uma conta russa.

As contas geraram aproximadamente 1,4 milhão de tuítes automatizados sobre as eleições, que receberam quase 288 milhões de respostas de algum tipo dos eleitores. Moscou nega qualquer tentativa de manipular as eleições americanas.