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Puigdemont defende participação nas eleições catalãs convocadas por Madri

Ele não esclareceu quanto tempo permanecerá em Bruxelas, ao falar de falta de garantias na Espanha


Depois, Puigdemont viajou para Bruxelas, sem fornecer explicações.Em uma Catalunha profundamente dividida sobre a independência, e com a oposição frontal do governo espanhol e da União Europeia à separação, a proclamação de independência não se traduziu em nada concreto.

Independência desvanece
Na região autônoma é crescente o sentimento de fracasso da proclamação de independência, e os principais partidos separatistas já confirmaram que vão participar nas eleições de 21 de dezembro.

É "uma oportunidade a mais para sermos ouvidos, fazer-nos ouvir em todos os lugares. Somos os defensores da democracia", disse à televisão catalã TV3 Oriol Junqueras, o vice-presidente catalão destituído e líder do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), que lidera as pesquisas.Um membro do Executivo de Puigdemont que renunciou na quinta-feira por não concordar com uma declaração unilateral, Santi Vila, enfatizou que a proclamação da independência fracassou.

"Vamos analisar os fatos, se você precisa pegar um avião, fará o que fará", disse à RAC1, aludindo ao fato de que não há controle de fronteiras. "Não creio que possamos usar a palavra enganação, mas é verdade que tenho colegas do governo que mostraram uma ingenuidade que surpreende pela idade que têm".

Causas judiciais contra os separatistas
Na Espanha, a Justiça segue atuando contra os líderes separatistas. O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu de forma cautelar, nesta terça-feira, a declaração de independência da Catalunha, ao acatar um recurso apresentado pelo governo espanhol, segundo informou uma fonte judicial.

"A plenária do tribunal acaba de suspender cautelarmente a declaração de independência", disse a mesma fonte. Além disso, a presidente destituída do Parlamento catalão, Carme Forcadell, vai ser convocada em breve pelo Supremo Tribunal espanhol para ser indiciada.

Um magistrado convocou Carme Forcadell e os cinco outros membros do gabinete de presidentes do Parlamento catalão, indicou uma fonte judicial. Eles são esperados nos dias 2 e 3 de novembro, acompanhados de seus advogados.

Finalmente, a Guarda Civil realizou buscas na sede da polícia catalã e suas delegacias em busca de dados sobre suas comunicações no dia do referendo inconstitucional de 1; de outubro, indicou à AFP um porta-voz do corpo.

O papel da polícia catalã foi criticado por fontes da Guarda Civil que a acusou de não cumprir as ordens de impedir o referendo. Josep Lluis Trapero, chefe da polícia catalã destituído no marco da intervenção da Catalunha por parte do governo central, está em liberdade provisória após ser indiciado por sedição.