A Venezuela convocou seus credores para uma reunião em 13 de novembro em Caracas, a fim de dar início a uma renegociação da dívida externa, estimada em cerca de 150 bilhões de dólares, anunciou nesta sexta-feira (3/11) o vice-presidente Tareck El Aissami.
[SAIBAMAIS]"Fazemos um chamado aos detentores para uma reunião em 13 de novembro em Caracas para iniciar a realização conjunta de mecanismos que garantam o cumprimento de compromissos soberanos na renegociação da dívida", afirmou El Aissami, que encabeça a comissão encarregada do processo.
Acompanhado dos ministros dos setores de economia, finanças e petróleo, que integram a comissão, El Aissami confirmou que tiveram início as transferências de 1,169 bilhão de dólares para a liquidação e juros do bônus da petroleira PDVSA 2017.
O presidente Nicolás Maduro anunciou, na noite de quinta-feira, que a Venezuela vai cumprir esse compromisso, mas que começaria imediatamente a buscar essa restruturação e o refinanciamento da dívida externa. Ele responsabilizou os Estados Unidos de tentarem asfixiar o país com as sanções.
El Aissami, que está em uma lista de sancionados pelo governo dos Estados Unidos acusado de narcotráfico, indicou que a comissão que preside vai "assentar as bases para renegociar as conclusões da dívida externa da República e da PDVSA".
"Queremos denunciar a agressão contínua, sabotagem permanente, bloqueio e perseguição financeira à qual foi submetido o povo por parte do governo de Donald Trump, que quer dobrar a vontade do povo de ser livre", afirmou em uma declaração lida na emissora oficial.
Ele afirmou que "quem realmente é prejudicado com as sanções de Trump são os credores e as instituições financeiras".
"Iniciaremos um processo soberano de renegociação de nossa dívida, e continuaremos cumprindo cabalmente com transparência, como nosso governo historicamente fez".
El Aissami lembrou que desde 2014 o país com as maiores reservas petroleiras do mundo quitou 17,7 bilhões de dólares de capital e juros de dívida, garantiu o mandatário.