A Assembleia Constituinte da Venezuela convocou para esta segunda-feira o vice-presidente do Parlamento, o opositor Freddy Guevara, asilado na embaixada do Chile em Caracas, para decidir se retira sua imunidade ou se será submetido a julgamento.
[SAIBAMAIS]Delcy Rodríguez, presidente do órgão que rege o país com poderes absolutos desde agosto, convocou Guevara em "caráter de urgência" para uma sessão durante a tarde que não estava programada, segundo publicou no Twitter.
O deputado de 31 anos, sucessor do dirigente Leopoldo López, em prisão domiciliar, está desde sábado na casa do embaixador chileno em qualidade de "hóspede".
A convocação chega depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao governo, ordenou processá-lo na Justiça comum por crimes relacionados aos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que deixaram 125 mortos entre abril e julho.
As acusações atribuídas a ele podem levar a penas de prisão de até 10 anos.
O máximo tribunal notificou a sua decisão à Constituinte para que retire a imunidade do parlamentar, segundo o vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami.
No partido Vontade Popular, fundado por López e visto como a ala mais radical da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Guevara é um crítico veemente de Maduro, que o acusa de conspirar para derrubá-lo.
O presidente do Parlamento, Julio Borges, denunciou no domingo que a decisão de levar Guevara a julgamento tem a intenção de continuar enfraquecendo o Legislativo, de maioria opositora.
Borges assinalou que somente esta Câmara tem poder para retirar a imunidade parlamentar, mas o TSJ desconhece todas as suas decisões ao considerá-la em desacato.