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Trump desembarca na China centrado no debate sobre Coreia do Norte

Recentemente, Trump elogiou o presidente chinês Xi Jinping, pois sua ajuda é essencial em sua missão contra a Coreia do Norte.


"Ele o elogia para preparar o terreno e deixá-lo de bom humor porque tem coisas desagradáveis a dizer", opinou o sinólogo Jean-Pierre Cabestan, da Universidade Batista de Hong Kong. A China, responsável por 90% do comércio com a Coreia do Norte, está em uma posição crucial para pressionar o regime de Kim Jong-Un, que em setembro realizou um novo teste nuclear.

O governo chinês se comprometeu a aplicar estritamente as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, mas rejeita as ameaças de Donald Trump e defende um diálogo com o país vizinho. Antes de viajar a China, Trump fez em Seul uma nova advertência ao regime norte-coreano, com o apelo para que abandone o programa nuclear e saia do isolamento através da diplomacia.

Não nos subestimem", declarou Trump em um discurso no Parlamento de Seul. "Todas as nações responsáveis devem unir suas forças para isolar o brutal regime da Coreia do Norte", insistiu Trump diante dos deputados sul-coreanos.

"Não se pode apoiar, fornecer ou aceitar", completou, em referência à China e à Rússia. Aplaudido pelos parlamentares sul-coreanos, Trump advertiu que não deixará que "as cidades americanas sejam ameaçadas com a destruição". "Chegou o tempo da força", disse o presidente americano.

A visita de Trump à Coreia do Sul foi marcada pelo clima de tensão que impera na península coreana, após a intensificação do programa nuclear norte-coreano. Pyongyang realizou em setembro o sexto teste nuclear, o mais poderoso até agora, e lançou vários mísseis que teriam a capacidade de atingir o território americano.

Em seu discurso, Trump chamou o regime de Pyongyang de "cruel ditadura", mas ofereceu ao líder norte-coreano "um caminho para um futuro melhor". "As armas que você está desenvolvendo não lhe darão mais segurança. Você está colocando seu regime diante de um grave perigo", alertou.

"Apesar de todos os crimes cometidos contra Deus e contra os homens, nós vamos lhe oferecer um caminho para um futuro melhor". No discurso, o presidente americano também ressaltou os vínculos de seu país com a Coreia do Sul.

;Bastante frustrado;
Na manhã desta quarta-feira (8/11), Trump foi obrigado a suspender uma tentativa de visita surpresa à Zona Desmilitarizada que divide a península da Coreia devido ao mau tempo, o que o deixou "bastante frustrado", segundo o governo americano.

A Casa Branca havia informado que o presidente não visitaria a zona, mas Trump deixou seu hotel em Seul de manhã cedo e embarcou em um helicóptero na base militar de Yongsan. O helicóptero de Trump, o Marine One, chegou a decolar, mas teve que regressar devido ao tempo ruim. O presidente ainda aguardou durante quase uma hora a melhora do tempo, mas foi obrigado a cancelar a visita.

A visita à Zona Desmilitarizada - onde os soldados de Seul e Pyongyang ficam separados por uma faixa de segurança marcada por blocos de concreto - é habitual na agenda dos presidentes americanos que viajam ao país.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, voou mais cedo para a região e ficou esperando por Trump na fronteira uma zona repleta de alambrados, minas e barreiras, segundo a imprensa. "A verdade é que ficou bastante frustrado", disse a porta-voz de Trump, Sarah Huckabee Sanders. O encontro de Donald Trump e Moon Jae-In na Zona Desmilitarizada seria um "momento histórico", já que nunca os líderes dos dois países realizaram tal visita juntos.