A visita ocorre quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viaja pela Ásia, em um contexto de tensões com a Coreia do Norte, após novos disparos de mísseis e um teste nuclear por Pyongyang.
[SAIBAMAIS]A "ameaça global" do regime de Kim Jong-Un estará no centro do jantar de Mattis e seus 28 colegas da Aliança Atlântica esta noite na sede da organização em Bruxelas.
"Todos os Aliados concordam que devemos pressionar a Coreia do Norte por seu comportamento imprudente", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
A Rússia, com quem as relações esfriaram em razão da crise ucraniana e do conflito sírio, e que é acusada de interferir em favor de Trump na campanha eleitoral americana, também está no menu.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, foi convidada ao jantar.
Na quinta-feira, os ministros da Defesa da Otan devem anunciar o reforço de sua missão no Afeganistão, "Resolute Support", como sinal de apoio à "nova estratégia" para este país anunciada por Trump.
16.000 soldados no Afeganistão
A missão de assessoria e assistência ao exército afegão, que atualmente tem cerca de 13.000 soldados, deverá contar com "16.000 no próximo ano", segundo Stoltenberg.
Espera-se que os Estados Unidos contribuam com 2.800 soldados adicionais para a missão, e os Aliados e seus parceiros devem fornecer cerca de 700 soldados, de acordo com fontes diplomáticas.
Os Estados Unidos pediram à Otan o envio de "cerca de mil soldados". Esses reforços ajudarão especificamente as forças especiais e a Força Aérea do Afeganistão e fornecerão treinamento em academias militares, mas sem participar dos combates.
Depois de dezesseis anos de conflito e apesar de centenas de bilhões de dólares em ajuda internacional para estabilizar o país, os talibãs intensificaram os ataques ao exército, inclusive na capital Cabul.
Na quinta-feira à tarde, Jim Mattis vai se reunir com cerca de 60 ministros e representantes dos países da coalizão que combate o grupo extremista Estado Islâmico (EI), para fazer um balanço da campanha militar no Iraque e na Síria.
A queda de Mossul no Iraque e, mais recentemente, Raqa, a "capital" do grupo na Síria, abre o caminho para considerações sobre o período "pós-Estado Islâmico", indicou Mattis aos repórteres na sexta-feira.
Os ocidentais apoiam as negociações para encontrar uma saída para a guerra na Síria, organizada sob os auspícios da ONU em Genebra. Paralelamente, a Rússia e o Irã, partidários do regime de Bashar al-Assad, conduzem com a oposição negociações focadas em questões militares em Astana, no Cazaquistão.
O EI nunca esteve presente nessas discussões. A organização ultrarradical teve que se retirar para a província síria de Deir Ezzor, onde agora tenta defender seus últimos redutos.
"A maioria do território controlado pelo EI foi libertado", afirmou na terça-feira Stoltenberg. "Mas estamos conscientes de que isso não acaba com a luta contra o EI, porque é uma ameaça global (...) incluindo em nossas próprias ruas, onde organiza e inspira ataques", ressaltou.