O principal partido da oposição no Camboja foi dissolvido nesta quinta-feira (16/11) faltando poucos meses para eleições cruciais para o primeiro-ministro Hun Sen, que depois de 32 anos no poder pretende conservá-lo.
[SAIBAMAIS]A Corte Suprema decidiu a favor da dissolução do Partido de Salvação Nacional do Camboja (CNRP) e desabilitou em sua mesma decisão o exercício político de mais de 100 membros do partido, o que acaba quase completamente com a oposição no país.
O governo acusa o CNRP de ser uma ameaça à segurança do país, já que buscou preparar uma revolução com o apoio dos Estados Unidos.
Em setembro, o líder do CNRP, Kem Sokha, foi acusado de "traição e espionagem".
Desde as eleições municipais de junho, em que a oposição obteve importantes resultados, Hun Sen lançou uma campanha de repressão contra a oposição.
O primeiro-ministro prometeu na semana passada "o inferno" aos deputados da oposição que permaneceram no país caso não se unam às suas fileiras. Apenas um deputado aceitou mudar de partido.
Hun Sen, de 65 anos, está no poder há 32 anos, e se apresenta como a única pessoa que pode dar estabilidade e prosperidade a um país marcado pela guerra civil e o genocídio do Khmer Vermelho.
O Camboja, onde três milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, tornou-se nos últimos anos em uma das economias mais dinâmicas do Sudeste Asiático.