O ministro saudita de Relações Exteriores acusou nesta sexta-feira (17/11) Madri e o Hezbollah de terem tornado o Líbano refém, além de utilizar seus portos para o tráfico de drogas e seus bancos para lavagem de dinheiro.
[SAIBAMAIS]"Não é possível que uma milícia armada opere fora do controle do governo", declarou o ministro saudita, Adel al Jubeir, após se reunir com o seu contraparte espanhol, Alfonso Dastis.
"Vemos como o Hezbollah utiliza o sistema bancário libanês para lavagem de dinheiro, os portos do país para o tráfico de drogas, os vemos realizar atos terroristas e interferir na Síria, no Bahrein e Iêmen", afirmou.
"Se o Hezbollah não se desarma ou se transforma em um partido (puramente) político, o Líbano será feito refém do Hezbollah e, por conseguinte, do Irã. Isso não é aceitável nem para nós nem para os libaneses", ressaltou o chefe da diplomacia saudita.
O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, anunciou de última hora a demissão do seu cargo, no último 4 de novembro quando estava na Arábia Saudita, denunciando o "controle" do movimento xiita, que faz parte do governo e da vida política libanesa.
A renúncia de Hariri gerou especulações sobre a liberdade de ir e vir na Arábia Saudita e sobre a possibilidade de que Riad poderia tê-lo obrigado a abandonar o seu cargo. O presidente libanês, Michel Aoun, acrescentou que também estava "em cativeiro" em Riad.
Tanto Hariri como o governo saudita desmentiram essas acusações. Em um tweet, Hariri afirmou que a sua estada no país teve como objetivo a "realização de consultas referentes ao futuro do Líbano e a sua relação com os vizinhos árabes".
"Tudo o que se disse (...) sobre a minha estadia não são mais do que rumores", concluiu.