A ONU concluiu, nesta sexta-feira (17/11), seu primeiro simpósio sobre os sistemas de armas totalmente autônomos, no qual os especialistas advertiram que é hora de estabelecer regras para o uso dessas máquinas de guerra.
Este tipo de sistemas, que poderiam ser utilizados em breve em campos de batalha, podem identificar e destruir alvos sem controle humano.
[SAIBAMAIS]A reunião de cinco dias da Convenção sobre Certas Armas Convencionais (CCAC) da ONU deu um primeiro passo para o estabelecimento de normas para estas armas.
Um total de 22 países, em sua maioria com forças militares pequenas ou menos recursos técnicos, pediram uma proibição total, argumentando que os sistemas automatizados são por definição ilegais, já que qualquer decisão individual de lançar um ataque deve ser tomada por um humano.
Mas as possibilidades de uma proibição são escassas por enquanto, indicaram diplomatas.
O lobby "Campaign to Stop Killer Robots" (Campanha para parar os robôs assassinos) anunciou em um comunicado que "a maioria dos países aceita agora que se deve manter algum tipo de controle humano nesses sistemas de armas".
A questão agora é decidir "o que significa na prática controle humano efetivo", disse à AFP em um e-mail a chefe da unidade de Armas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Kathleen Lawand.
O CICV não pediu uma proibição, mas Lawand alertou que é necessário que haja algum tipo de ação, já que a tecnologia avança rapidamente.
"Dado o rápido desenvolvimento da robótica nos sistemas de armas, com cada vez mais autonomia, o CICV está convencido de que se necessita um acordo internacional para estabelecer limites com urgência e abordar os problemas legais e éticos", acrescentou.
Universitários que assistiram ao simpósio disseram que o ritmo pausado das discussões não consegue responder à ameaça que surge.
Houve "uma corrida armamentista, e ainda há uma", disse Toby Walsh, especialista em inteligência artificial da Universidade de New South Wales.
"Estas serão armas de destruição em massa", acrescentou à margem da reunião.
O "Campaign to Stop Killer Robots" disse que uma maioria de países apoia agora algum tipo de "restrição legal", o que não era o caso antes desta reunião.