Agência France-Presse
postado em 18/11/2017 10:59
Paris, França - O presidente francês Emmanuel Macron recebeu neste sábado (18/11) o primeiro-ministro demissionário libanês Saad Hariri no palácio presidencial do Eliseu para uma reunião seguida de uma almoço.
Hariri foi recebido com as honras de um primeiro-ministro poucas horas depois de sua chegada à França procedente de Riad, onde em 4 de novembro anunciou sua demissão.
Macron saudou Hariri, de 47 anos, e os dois posaram sorridentes para os fotógrafos presentes.
A esposa de Hariri, Lara, e seu filho mais velho se reunirão com eles mais tare para um almoço com Macron e com a primeira-dama francesa Brigitte, segundo a imprensa.
Antes de receber Hariri, Macron falou por telefone com o presidente libanês Michel Aun, que "agradeceu pela ação da França em favor do Líbano", segundo afirmou o Eliseu.
Aun confirmou que Saad Hariri "estará em Beirut em 22 de novembro, dia da festa nacional", como a presidência libanesa anunciou anteriormente.
Desde o anúncio de sua renúncia, a permanência de Hariri na Arábia Saudita e o fato de não regressar ao Líbano para formalizar a demissão ao presidente da República provocaram diversas especulações.
O presidente libanês, Michel Aoun, chegou a dizer que Hariri era "refém" em Riad.
Em meio à polêmica, a Arábia Saudita chamou para consultas seu embaixador em Berlim para protestar contra declarações do ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, que também sugeriu a permanência de Hariri no país contra sua vontade.
O presidente libanês foi eleito em 2016 graças ao apoio do Hezbollah xiita, rival de Hariri.
Sua eleição abriu o caminho para que Hariri fosse nomeado primeiro-ministro novamente (tinha sido a primeira vez de novembro de 2009 a junho de 2011) e formasse um governo de coalizão com o Hezbollah e outras partes libanesas.
Dois meses depois, o governo foi estabelecido graças a um compromisso.
Saad Hariri, um protegido de Riad, justificou sua renúncia pelos desmandos do Irã e do Hezbollah em seu país.
A renúncia de Hariri foi interpretada como uma nova disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita. As duas potências do Oriente Médio já se enfrentam em outros assuntos regionais, como nas guerras no Iêmen e na Síria.
A crise também coincidiu com uma ofensiva contra a corrupção que levou à prisão vários príncipes, ministros e magnatas sauditas, uma purga sem precedentes no reino.