Agência France-Presse
postado em 21/11/2017 10:54
Mar del Plata, Argentina - As buscas pelo submarino argentino perdido no Atlântico há seis dias continuam nesta terça-feira (21/11) com uma melhora nas condições climáticas adversas que dificultavam dos esforços do operativo internacional de busca, no qual participam sete países.
Depois da esperança provocada pela detecção de ruídos nos últimos dias, a incerteza se transformava em angústia para as famílias dos 44 membros da tripulação do "ARA San Juan", o submarino que parece ter sido engolido pelo mar depois de ter se comunicado pela última vez na quarta-feira, após reportar uma avaria de baterias.
As previsões meteorológicas indicam uma diminuição nesta terça-feira dos fortes ventos do sudeste que sopram sobre o Atlântico nos últimos dias em meio a uma forte tempestade que causou ondas de cinco e seis metros que tornaram quase impossível vasculhar a superfície do mar.
Durante as últimas 24 horas, as explorações aéreas foram mantidas, enquanto os navios na área tiveram que enfrentar a tempestade, no âmbito de uma operação envolvendo sete países, explicou o porta-voz da Armada (a Marinha argentina), Enrique Balbi.
Um ruído do fundo do mar, que havia sido registrado por navios argentinos, gerou expectativa por algumas horas, mas finalmente foi excluído que tenha vindo submarino.
No sábado também caiu por terra a pista de sete tentativas de chamadas de satélite, que depois se comprovou que não correspondiam ao "ARA San Juan". O submarino navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, quando perdeu qualquer contato, na quinta-feira.
Um dia antes havia reportado uma avaria nas baterias, e por isso "o comando da força disse que mudasse de rota e fosse para Mar del Plata", afirmou em coletiva de imprensa Gabriel Galeazzi, chefe da base naval dessa cidade.
Não se sabe qual é a magnitude da avaria, nem se esta afetou a capacidade do submarino de propulsão ou de emergir. Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Brasil, Chile e Uruguai forneceram logística e equipamentos sofisticados para ajudar na missão de resgate no Atlântico Sul.
A área de busca inicial era de 300 km de diâmetro nesta zona do Atlântico, onde a profundidade vai de 200 a 350 metros, segundo Balbi. Mas a possibilidade de estar à deriva forçou a ampliação da área de busca a uma distância sete vezes maior.