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Primeiro-ministro do Líbano diz que sua renúncia está suspensa

De acordo com o premier, as conversações devem abordar as "motivações e o contexto político" da renúncia anunciada em 4 de novembro, que surpreendeu o Líbano e a comunidade internacional.

Agência France-Presse
postado em 22/11/2017 09:52
O primeiro-ministro libanês Saad Hariri

Beirute, Líbano -
O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, informou nesta quarta-feira que sua demissão, anunciada no início de novembro em Riad, está suspensa a pedido do presidente Michel Aoun. "Discuti minha demissão com o presidente da República, que me pediu para esperar antes de apresentá-la para permitir outras consultas. Aceitei esse pedido", declarou Hariri, após encontro com Aoun em Beirute.

De acordo com o premier, as conversações devem abordar as "motivações e o contexto político" da renúncia anunciada em 4 de novembro, que surpreendeu o Líbano e a comunidade internacional. Hariri, um protegido da Arábia Saudita, justificou sua renúncia pelo "controle" do Irã e do movimento xiita Hezbollah, membro de seu governo, sobre os assuntos do Líbano e a "interferência" nos conflitos da região.

Também afirmou que temia por sua vida. Ao retornar a Beirute na terça-feira à noite, após três semanas fora do país, Hariri disse esperar que a suspensão de sua decisão permitisse "iniciar de maneria séria um diálogo responsável (...) que solucionaria as diferenças".

"Aspiro hoje uma verdadeira associação de todas as forças políticas com o objetivo de colocar os interesses do Líbano acima de todos os demais", completou o primeiro-ministro. "Estamos abertos a qualquer diálogo, qualquer discussão no país", afirmou na segunda-feira o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, em um tom aparentemente conciliador.

O Hezbollah, um peso pesado da política libanesa, é o único movimento que não entregou as armas após a guerra civil (1975-1990) e seu arsenal divide os libaneses. A intervenção do Hezbollah na guerra da Síria ao lado das tropas do presidente Bashar al-Assad enfureceu os críticos do movimento e a Arábia Saudita, que apoiava os rebeldes.

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