O atentado, que ainda não foi reivindicado, fez 235 mortos e 109 feridos, segundo a televisão estatal egípcia.
[SAIBAMAIS]Aconteceu na mesquita Al-Rawda, no vilarejo de Bir al-Abed, 40 km a oeste de Al-Arish, a capital da província do Sinai do Norte, região onde as forças de segurança combatem a facção egípcia do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Esta mesquita é frequentada principalmente por sufis, adeptos de uma corrente mística do Islã considerada como herética pelo grupo extremista.
A presidência decretou três dias de luto nacional, informou a televisão estatal, enquanto o presidente Abdel Fattah al-Sissi convocou uma reunião de emergência com seus ministros responsáveis pela segurança.
Sissi prometeu responder com uma "força brutal" o ataque e indicou que "as forças armadas e a polícia vão vingar nossos mártires e trarão segurança e estabilidades muito em breve", em um discurso na televisão.
Testemunhas indicaram que os agressores cercaram a mesquita a bordo de veículos 4x4 e colocaram uma bomba na parte externa do prédio.
Depois da explosão, os homens armados invadiram o local, atirando contra os fieis em pânico e que tentavam fugir e colocaram fogo nos veículos, a fim de bloquear o acesso à mesquita.
;Crime horrível;
Em um comunicado, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, condenou um "crime horrível que confirma que a verdadeira religião do Islã é inocente em relação àquelas que adotam a ideologia terrorista extremista".
No Twitter, o presidente americano Donald Trump condenou o "horrível e covarde" ataque, considerando que "o mundo não pode tolerar o terrorismo, devemos derrotá-los militarmente e desacreditar a ideologia extremista que forma as bases de sua existência".
Em uma mensagem enviada ao seu colega egípcio, o presidente russo Vladimir Putin evocou um ataque chocante "por sua crueldade e cinismo", segundo comunicado do Kremlin.
O chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, lamentou no Twitter um "atentado desprezível", enquanto seu colega britânico Boris Johnson se disse "profundamente triste com este ato bárbaro".
Alvos civis
Desde 2013 e a destituição pelas Forças Armadas do presidente islamita Mohamed Mursi, grupos jihadistas, incluindo a facção egípcia do EI, atacam regularmente as forças de segurança egípcias no Sinai do Norte.
Muitos policiais e soldados, bem como civis, já morreram nesses ataques.
O precedente ataque mais mortal no Egito remonta a outubro de 2015, quando um atentado a bomba reivindicado pela facção egípcia do EI custou a vida de 224 pessoas que estavam em um avião russo após sua decolagem de Sharm al-Sheikh.
Mais de 100 cristãos, principalmente coptas, foram mortos no último ano em ataques a igrejas ou ataques direcionados no Sinai e em todo o país.
Em fevereiro, os cristãos de Al-Arich fugiram em massa após uma série de ataques violentos contra a sua comunidade.
Os jihadistas também decapitaram um líder sufista no ano passado, acusando-o de praticar magia, e sequestraram vários seguidores do sufismo, liberados após "se arrependerem".
O Egito também é ameaçado por extremistas islâmicos próximos à rede Al-Qaeda que operam a partir da Líbia na fronteira oeste do país.
Um grupo chamado Ansar al-Islam ("Partidários do Islã" em árabe) reivindicou uma emboscada em outubro no deserto egípcio que matou pelo menos 16 policiais.
O exército então realizou ataques aéreos em represália, matando o líder do grupo, Emad al-Din Abdel Hamid, um oficial militar procurado depois de se juntar a um grupo afiliado à Al-Qaeda no reduto jihadista líbio de Derna.