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Prefeito de Nova York revoga lei que proibia a dança em bares

De acordo com os ativistas que estimularam a revogação, a lei foi utilizada historicamente para fechar estabelecimentos nos quais se reuniam minorias, de negros e latinos à comunidade LGBTI

Agência France-Presse
postado em 28/11/2017 09:51
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio

Nova York, Estados Unidos -
O prefeito de Nova York assinou na segunda-feira (27/11) a revogação de uma lei aprovada há quase um século e que, tecnicamente, proibia a dança em milhares de bares, restaurantes e discotecas da cidade. A "lei de cabaré", de 1926, havia sido derrubada por 41 votos contra um no dia 31 de outubro na Câmara de Municipal e precisava apenas da ratificação pelo prefeito Bill de Blasio.

De acordo com os ativistas que estimularam a revogação, a lei foi utilizada historicamente para fechar estabelecimentos nos quais se reuniam minorias, de negros e latinos à comunidade LGBTI.

[SAIBAMAIS]"Estamos em 2017 e esta lei simplesmente não faz sentido. A vida noturna é parte do caldeirão de Nova York que une as pessoas", disse Bill De Blasio. "Queremos ser uma cidade na qual as pessoas podem trabalhar duro e aproveitar a viva noturna da cidade sem proibições arcaicas da dança", completou.

Inicialmente, a "lei de cabaré" foi aprovada para limitar o consumo ilegal de bebida alcoólica durante a Lei Seca, mas os historiadores afirmam que o verdadeiro objetivo era fechar os bares de jazz do Harlem nos anos 30, 40 e 50 para evitar a presença de brancos e negros no mesmo local. Nos anos 90, o prefeito Rudy Giuliani usou a lei para pressionar as boates em sua luta contra o crime.

Na última década a lei foi pouco utilizada, mas em tese exigia que espaços públicos que vendem comida e bebida conseguissem autorizações quase impossíveis de obter para permitir a dança. Menos de 100 dos mais de 22.000 bares, restaurantes e discotecas de Nova York têm as permissões necessárias.

O jovem vereador democrata do Brooklyn Rafael Espinal, que liderou a iniciativa para derrubar a norma, afirmou que "artistas, músicos, proprietários de negócios, trabalhadores e nova-iorquinos em geral não terão mais medo de que a polícia da dança feche seus locais favoritos".

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